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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sete cordas atrás

Soube que me ama. Soube que percebeu. Agradeço. Não por me amar ainda, mas por ser capaz de. É que o conheço o suficiente pra saber o quanto isso estava fora dos teus planos. E o quanto é difícil pra você andar fora dos trilhos que defende a unhas e dentes – com a força das cordas do seu violão.

E que esse amor seja assim, uma rara exceção. Obrigada. Por ter entendido o que eu queria dizer. Por ter olhado além da minha pose de cigana. Por ter se apaixonado e não por sentir a minha falta, mas por desejar a minha presença. Ainda que não saiba o que faria com essa presença, que era tanta.

Mas, agora... Justo agora... Só posso mesmo agradecer e dizer que lamento. Por tanto tempo eu tentei descobrir uma forma de me acalmar. De esperar que estivesse pronto, quando eu mesma não estava.

Hoje eu vejo. Que juntos, descobrimos como não fazer. Como não precipitar o mundo. Por dentro e por fora. Na nossa alma, no nosso bairro, nas nossas canções.

Seja feliz. Aproveite que descobriu o amor. Preste atenção. Que nem sempre precisa doer. Nem sempre precisa ser póstumo.

Todos os dias pessoas especiais irão sorrir pra você. Com você. Esteja atento. De olhos abertos e coração desperto. Saia de dentro desse quarto. O barulho aqui fora... é a vida.

E da próxima vez que amar uma mulher, beije-a verdadeiramente. Cante. Ande de mãos dadas. Convide-a pra jantar você. Seja homem. Se ainda assim ela for embora, vá buscar. Não mande recados. Não seja covarde.

Ah, menino, por favor! Seja feliz.
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JUSTO AGORA
(Adriana Calcanhoto)

Eu ouvi dizer
que você assim
como quem não quer nada
perguntou por mim

Agora
Logo agora
Justo agora

Eu ouvi você
me dizer que sim
mas era silêncio o que se ouvia
quando dei por mim

Agora
Logo agora
Justo agora

Eu ouvi você
me dizer que sim
mas era silêncio o que havia
quando dei por mim

Agora
Logo agora
Justo agora

Eu ouvi dizer
que você assim
como quem não quer nada
perguntou por mim
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PS: Nunca pensei que seria assim. Tanto tempo depois e dessa forma. Logo agora – justo agora! Agora não posso, que sou dele. Sou toda dele.
E nós dois... nem nos despedimos. Nem nos esgotamos daquele amor. Que pena. Me perdoe, mas isso foi em outra página. Em outro fascículo. Em outra vida.

PS do Ricardinho: Cajuzinho lindo da mamãe!!! rsrsrsrsrs. É verdade. Faltou o agradecimento especial: pra você. Obrigada por ter insistido p/ eu ir com vocês pro sítio naquele final de semana. Obrigada por me apresentar o Mangifera. Obrigada por ter esperado tanto, mesmo sem querer. Era a hora certa. Embora até hoje nós dois não tenhamos descoberto ainda se existe mesmo a hora certa. E se existir, será que ela faz diferença? Obrigada, obrigada, obrigada!!! (é igual a "beijo, beijo,beijo"... rsrsrs)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desde o fim...

Amo você. De um jeito louco, de um jeito novo. De um jeito que me falta o jeito. E me sobra o beijo. Sem fôlego. Sem fim. Sem absolvição. E me sobram também os vestígios. Os sussurros. Os ouvidos de ter sem saber o que fazer com tanto e tanto de você. Os teus tons mais macios e a loucura de ser sua ainda que nua, ainda que sem alguma e nenhuma proteção. Minha tosse boba. Meu vacilo. Minhas palavras sem pai nem mãe. Meu soluço de ninfa nos teus braços de rei. Minhas lágrimas no teu peito. Fazendo gelar o nosso verão.

E eu, que sempre preferi o inverno. Que enchi meu repertório e meu guarda-roupa com roupas e canções de frio. Era frio aqui. E agora transpiro, respiro, reviro os meus segredos e os meus desejos – por você.

Perdoe a minha maneira torta de te amar. É que não sei. Não sei ser sua querendo tanto. Não sei ser de ninguém. E espero que espere. E espero que volte cheio de saudade e paciência.

E espero, que esteja sempre aqui . Que os dias seguintes sejam poucos pra me amar. Que fique sempre algo a me dizer -e algo a me beijar.

Amo tanto você que nem sei como dizer que vou sentir falta. Ainda que volte logo. Ainda que as nossas conversas não faltem. E ainda que me falte você. Em tanto, em tudo. Em tudo o que me falta tanto.

Falta você nos meus excessos, nos meus detalhes, sob o meu lençol.

Vem me dizer bom dia sem que precise ir embora. E, mesmo quando precisar, fique.

Meu amor... fique. Até que eu tenha coragem de dizer. Até que eu tenha... você.
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Há quem prefira com o Barão Vermelho. Eu, prefiro com a Angela Ro Ro. E prefiro você, sempre.

Amor, Meu Grande Amor
Composição: Angela Ro Ro e Ana Terra

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água...

Amor, meu grande amor
Me chegue assim
Bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir
O que não sente...
Pois tudo o que ofereço
É, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim, até o começo...

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira...
Enquanto me tiver
Que eu seja
A última e a primeira
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Me reconheça...
Pois tudo que ofereço
É, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo...
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PS: Gih, Camilinha e Lelê... obrigada pelo carinho e pelas reflexões e observações de sempre. É tudo o que me faz melhor. Beijo, beijo, beijo!

PS2: Mangifera, são exatamente 7 meses de emoções que nem cabem em mim. Ainda bem que eu divido, publico e ressignifico. Amo mesmo você e essa é a minha maneira de dizer que já sinto falta até das nossas discussões. É quando percebo que você me conhece mesmo. E é quando te quero mais ainda... rsrsrs

PS3:Gabi... privilégio mesmo foi encontrar você e as suas palavras. Espero que a sua visita seja constante e intensa. Beijo!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Camisa de força

Meu quarto tem cheiro de incenso e segredos. As palavras que não publiquei, os amores que inventei – e aqueles que ganhei sem merecer. As mentiras que protegi (e que me protegeram), os livros, as fotos, os restos. Os fantasmas e todas as minhas fantasias. Em roupas, em cifras, miçangas e cristais.

E ainda cabia você. No meio da minha bagunça e das minhas dúvidas. A minha maior dúvida. O meu amor – perturbado, exagerado, enfurecido... assustadoramente recíproco.

E é claro que eu perderia o controle. É claro que eu beijaria você até que os sonhos virassem desejo. Até que o mal fizesse, finalmente, bem.

Até que a sua presença me trouxesse mais inquietações que a sua ausência. Que afinal, tenho uma coleção de ausências. Catalogadas em espécie, natureza e conseqüências. Eu as conheço. Todas. Mas, não conheço você. Não conheço você em mim. Não conheço essa presença que cala o meu juízo e coloca todas as minhas emoções num ringue de luta livre. O meu corpo em festa, a alma em guerra e os olhos dentro dos seus.

Tensa, enlouquecida, extasiada... é assim que amo você.

Como sugeriu Vinicius de Morais: Pergunte ao seu orixá, o amor só é bom se doer.
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PS: Se fosse menos do que isso, eu teria ido embora. E você, nem teria vindo. Agora, aguenta. Aguenta? Tire férias, jogue os dados, tenha fé. Mas, volte antes que o céu mude de cor.

Experimente não ouvir a minha voz e eu experimento não dizer. Ainda assim, escrevo.

PS1: Eu tentei. Era pra ser leve. O texto e o amor... rsrsrsrsrsrs.
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E pra concluir o raciocínio e coroar minha loucura, vamos de ZECA BALEIRO:

Meu Amor, Meu Bem, Me Ame
Não vá prá Miami
Meu amor, meu bem me queira
Tô solto na buraqueira
Tô num buraco
Fraco como galinha d'angola...

Meu amor, meu amor manda
Não vá prá Luanda
Não vá prá Aruba
Se eu descer
Você suba aqui no meu pescoço
Faça dele seu almoço
Roa o osso e deixe a carne...

Meu amor, meu bem
Repare no meu cabelo
No meu terno engomado
No meu sapato
Eu sou um dragão de pêlo
Eu cuspo fogo
Não me esconda o jogo
Ou berro no ato...

Meu amor, meu bem me leve
De ultraleve
De avião, de caminhão
De zepelim...

Meu amor, meu bem, sacie, mate
Minha fome de vampiro
Senão eu piro
Viro Hare-Krishna
Hare Hare Hare
Não me desampare
Ou eu desespero...

Meu amor, meu bem me espere
Até que o motor pare
Até que marte nos separe...

Meu amor ele é demais
Nunca de menos
Ele não precisa
De camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer
Meu bem me ouça
O que ele precisa
É de uma camisa-de-força...

Você é a minha cura
Se é que alguém tem cura
Você quer que eu
Cometa uma loucura?
Se você me quer!
Cometa!...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mais do mesmo

Fiquei com aquela sensação de perda e violência. É um assalto. Vai, vai, vai!
Ninguém perguntou se eu queria ir. Ninguém anunciou aquele relâmpago de injustiça atropelando as nossas vidas e as nossas mais doces expectativas. Aquelas, de sábado à noite. As melhores. Eu ia encontrar você.

Fui, ainda mais despedaçada que de costume. Assustada. E você, que nunca fica o suficiente, foi ainda mais comedido em sua entrega. Onde aprendeu que é engraçado ameaçar tirar o doce da boca de uma criança? Você sabe. Ou é bom ou ruim. Não ameace. Deixe ou arranque logo esse doce. Em cima do muro você pode cair. E na queda, não terá tempo de escolher um dos lados.

Não sei. Ainda não sei. Se estamos no final do primeiro tempo ou do segundo. Se haverá um intervalo ou o fim do campeonato inteiro. Sei que eu mesma já não sou inteira. Fico esperando acordar e gostar menos de você. Fico colecionando motivos para rir desse amor. Até que um deles me convença. Até que um deles cure o meu desejo sem medida e a minha fome burra.

É fome de você. E há tempos seus beijos não matam a minha fome. Há tempos, somos menos do que gostaríamos. Bem menos.

Talvez seja a hora de mudar de time. Quem sabe, mudar o jogo.

Afinal, o que é preciso mudar? Quantas verdades são necessárias pra eu lembrar de onde vim e pra onde vou? Pra onde vou?

Sem você.
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PS: Não estava nos meus planos desejar que esse amor fosse menor. Aliás, não estava nos meus planos que fosse amor. Mas, da mesma maneira que veio, vai.

Vai ser feliz.

Não sei o que fez com as outras melhores coisas que aconteceram na sua vida. Não sei o que fez com as piores.

Mas sei tudo o que não fez. Tudo. E essa é a pior parte. Tudo o que não fez.

E eu estou nessa categoria: das melhores coisas que aconteceram na sua vida - e das mais negligenciadas também.

Então, faça alguma coisa, se quiser. Eu, não quero mais. Amor negligenciado dói mais que amor perdido... Quem diria que ser correspondida poderia ser tão ruim?

Vivendo e (des)aprendendo...

E lá vou eu, dizer os meus primeiros “nãos”, pra você. Logo você, que ouviu os meus melhores sins.

E o tempo? O que o tempo dirá?

PS da Toty: Querida... perfeito! Um brinde à verdade! Outro brinde, à ambiguidade do amor e da vida. Que afinal, p/ ressaltar as verdades é preciso que existam as mentiras. Beijo!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Avessa

Não existem pequenas mentiras. Ou é ou não é. Verdades são, por natureza, absolutas. São o que são. São o que somos.

E afinal, o que somos? Quem somos, senão as palavras e os tons que escolhemos?

Ah, que pena. Que pena que não te inspiro a verdade, por mais ingênua e inofensiva que ela seja. Por mais que ela seja, você.

Então, ou não mereço você, e as suas verdades... ou, você aprendeu que amar é mentir. E eu fugi dessa aula. Saí correndo com meu violão. Sentei numa praça e preferi a música ao amor.

Experimentei dizer a verdade e gostei. Cresci assim. Falta crescer um tanto, que guardei pra você. Com você. As verdades que preciso descobrir.

Vamos?

Ou então, esqueça. Empreste a sua noção de amor àquele casal que conhecemos e que nem são de verdade, um casal.

Não me confunda. Não me distraia de tudo o que já conheci. Paguei um preço pra estar aqui. E o Cazuza que me desculpe, mas... mentiras sinceras, definitivamente, não me interessam.

Já te avisei. Tenho um talento natural pra descobrir as verdades. As grandes e as pequenas. É uma espécie de maldição que me protege.

Se preferir viver assim, bata em outra porta. Aqui mesmo, no bairro, conheço outras mulheres que se apaixonam a medida em que as verdades faltam. Quanto menos, melhor.

Mas eu, quero mais. Quero sempre mais.

Se for assim, será igual aos outros. E eu, cada vez mais, avessa aos iguais.

Absolutamente, avessa.
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PS: Sim, eu sou mesmo esse exagero. E ninguém é obrigado. Existem opções. Sempre. Faça e assuma as suas. Senão, minha paixão é que é equívoca e desnecessária. Igual. Igual à todas as outras que nos cercam. E que plantam e colhem e vomitam mentiras.
Quero acordar no dia seguinte e sentir. Quero querer voltar. Você me fez olhar pra trás com a sensação de que tudo, finalmente, fez sentido.
Não me prive. Quero o sentido da verdade. Nada menos do que isso. Estou armada. Até os dentes. Mato sombras e dúvidas antes que elas cresçam.
E reis, são reis. Na paz e na guerra, reis, são reis.
Candidatos à bobo da corte passam reto por aqui. Eles têm medo. Se eu fosse outra... e se você fosse outro... Ah, na minha corte, não.

domingo, 29 de novembro de 2009

Céu da boca

Me perdoem. Não posso. Sou mais dele que minha. Achei que seria possível, mas não é. Não posso morar em outra boca, senão a dele.
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Eu seria capaz de desenhar sua boca. Agora, de olhos fechados. Com os meus lábios faria o contorno dos seus. Com todas as curvas e detalhes que me fazem entregar uma castidade que eu nem conhecia. Que era casta essa alma. Era metade sem você. Era pouco.

É que a sua boca sorri num convite. E a sua língua tem vida própria dentro de mim. Tem a autoridade da sua voz. Ela faz o que quer. E quando encontra a minha, tudo é silêncio. Elas se casam numa dança flamenca. Fazem amor com ímpetos de uma obscenidade que soa sobre-humana.

E o mundo sofre de uma superfluidade espontânea. O mundo corre em segundo plano. No primeiro, é o espetáculo da nossa entrega. São os fogos, as cenas, os atos. Nosso amor é cinema mudo. Censurado... e aqui, eu publico.
Aqui as palavras nascem fortes, robustas.

É que a sua boca rouba a minha voz.
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Fico mesmo sem voz. O raciocínio muda. O raciocínio mudo. Dificilmente consigo dizer. Às vezes, vem tudo de uma vez. Depois, o silêncio. Fico olhando seu rosto adormecendo ao meu lado. Fico tentando entender se existe alguma lógica. A disposição de cada um dos pêlos do seu cavanhaque, emoldurando os lábios mais altivos que já conheci. E que são meus. E que são lindos, até quando você ronca... rsrsrsrs

Me diz. Qualquer coisa. Só pra eu ouvir a sua voz (e estremecer). Mesmo ao telefone, é como sentir os teus braços envolvendo os meus. A tua boca no meu pescoço, num beijo doce, que termina com as marcas do teu cavanhaque em mim. Deixa o teu rastro. Faz o teu caminho no meu corpo. Faz o que quiser, que eu também quero. Quero você.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Amanheceu?

Foram poucos minutos e tantas palavras. Certeiras. Ele, que quase não se vê no espelho, contou de mim. Disse que me conhece muito bem e que sabe que não demoro. Desconhece os meus motivos, mas sabe que volto logo. Que não sou esse tipo de mulher. Sou do tipo que dá medo – e sorriu. Eu sorri também. Da sua sinceridade e da nossa intimidade, construída sem muitos cuidados e muitas, muitas verdades. Disse ainda, que ele mesmo nunca teve medo. De mim ou por mim?

Tive que interromper a conversa - perigosa. Talvez porque eu mesma tenha experimentado esse pavor. Será que sofro de um amor intransigente? Crônico? Será que é a minha patologia genética? O que dizem os cromossomos, as estrelas, os jornais?

E será mesmo que volto logo? Como se chegasse finalmente aquele amanhã... aquele em que não reconheço mais os meus tremores de amor? Aquele em que acordo tonta, uma página em branco e outra emoção. Aquele dia em que, de tão pequena, a paixão cabe numa gaveta?

Ah, detesto gavetas. Abro os meus armários e deixo ventilar. O amor é brisa fresca. Sou alérgica a pó, amores medianos e erros de português (embora eu também os cometa... são lamentáveis).

Lamentáveis.
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PS: Ai, meus cromossomos ciganos e apaixonados... rsrsrsrsrs. Moço, obrigada pela conversa. Você, que me conhece de perto (e de longe), me fez rir do amargo na língua. Pena que nunca nos apaixonamos... rsrsrsrs. Teria sido, no mínimo, divertido.
Agora, prepare-se. Minha vez de segurar o espelho pra você.

PS2: Será que intransigência amorosa tem cura? Será que eu quero ser curada? Será que eu prefiro mesmo pegar minha bola e ir embora? Afinal, futebol é p/ homem (leia-se mulher, mulherão)... e o amor?

PS3: Sim. Sua boca na minha ainda é um pecado, mas... será que amanheceu?
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MÚSICA LINDA E ENGRAÇADINHA... rsrsrsrs

LENDA (na voz incrível da CÉU)
Composição: Alec Haiat / Céu / Graziella Moretto

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...(2x)

Seu nome
Ri na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
Em história errada
De carochinha

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...

Seu nome
Ri na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
Em história errada
De carochinha

sábado, 21 de novembro de 2009

Sua Cafuza

Hoje a Dona Cafuza acordou mais cedo. Eu mesma talvez nem tenha acordado ainda. Então, deixo pra ela as palavras, as escolhas e os desejos.

Deixo que ela conte de nós. Deixo que ela cante com a Vanessa da Mata (Entre tantos outros/ Entre tantos séculos/Que sorte a nossa hein?/Entre tantas paixões/Esse encontro/Nós dois... esse amor).

Talvez eu devesse ir embora. Talvez, você pudesse deixar. Mas a questão é que ainda nem descobrimos os porquês. E tudo o que ainda falta. E os beijos, as confissões, as emoções.

Não importa o que dizem, o que querem, o que esperam. Eu prefiro você. Já que nos encontramos, vamos consumar. Consumir. Enlouquecer?

Você não tem tempo. Eu, não tenho vergonha.

Obrigada por vir. Obrigada por ficar. Um pouco mais. Um tanto mais em mim.
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PS: Nosso amor amadureceu. Agora já temos nossos próprios traumas, cuidados, sonhos e pesadelos. Já sabemos o que funciona, o que não funciona, o que pode e o que não pode ser. Já sabemos como é sentir falta, já sabemos como é a violência do beijo do reencontro. O silêncio, as loucuras e as provocações.
Já sabemos dos caminhos (impossíveis).

Comemoramos juntos os motivos que não existem. Comemoramos o encontro (o primeiro, os fortes, os pequenos, todos).

Eu, comemoro você. Obrigada pelo presente. É meu. Todo meu. Com suas verdades, manias e (pequenas) libertações...

Não se preocupe. Amanhã é outro dia. Amanhã, nem sei.

E como diria a Dona Vanessa da Mata: AINDA BEM... que você vive comigo... porque senão, como seria essa vida? Sei lá... sei lá...

(...)
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte
Nesse mundo de tantos anos
Entre tantos séculos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Nosso encontro
Nós dois, esse amor.
Entre tantos outros
Entre tantos séculos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor

sábado, 7 de novembro de 2009

Sem antídoto

Saia correndo. Corra. Suma. Cresça. Eu, corro na minha própria direção.

Vá logo. Nem pense. Porque se ficar, ficam as dúvidas que não merecemos.

Se ficar, serão as nossas gargalhadas e os nossos desejos sem hora. E eu sei. Sei que não adianta alcançá-lo agora. Sei que não adianta se essa felicidade dá medo.

Se o medo ainda é capaz de decidir, se ainda é mais importante experimentar os erros que descobrir o amor, então corra.

E correremos os dois. De nós mesmos e do tempo em que, distraídos, fomos deliciosamente felizes.
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TEOREMA
(Legião Urbana)
Composição: Renato Russo

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É EXAGERO
E PODE ATÉ NÃO SER
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.

Parece energia mas é só distorção
E NÃO SABEMOS SE ISSO É PROBLEMA
OU SE É A SOLUÇÃO
Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz

Parece energia mas é só distorção
E parece que sempre termina
Mas não tem fim

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer
Parece um teorema sem ter demonstração
E PARECE QUE SEMPRE TERMINA
MAS NÃO TEM FIM.
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PS: Problema ou solução?
Meu lema, meu teorema, meu corolário... demonstração exaltada de amor. E o que é que a matemática tem com o amor? Lógico. E quem precisa de provas? Dona Cafuza precisa é de férias. Com direito a bons livros, bons discos, bons amigos e Sol. Muito Sol.

É exagero e pode até não ser. Deve ser, sim. Exagero é o meu sobrenome. Ainda mais agora, que sou a essência (perigosa) de mim mesma. Sem antídoto... vamos ver no que dá. Vamos? Não, EU vou.

Até a volta...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Enxoval de emoções

Hoje eu me senti a fulana mais egoísta do mundo. Enquanto conversávamos, derramando na mesa amenidades e sorrisos rasos, você num canto... quietinha, encolhida em si mesma como se morasse dentro do próprio útero, vendo de perto o seu bebê crescer. Ah, querida... aqui fora, a verdade também tem que crescer. Quando seu filho abrir os olhos, que seja um mundo melhor.

Um mundo onde as pessoas são o que são. Sem medo de preferir a verdade e as suas complicações. Dói sim. E ainda assim, é possível. É passível de felicidade e comoção. É pra poucos. Viver, além de existir... que é preciso coragem, braço forte e olho no olho. Às vezes, precisamos desligar o computador. Precisamos sair de mãos dadas pela calçada. Precisamos saber quem somos e quem são eles, além do que dizem os seus nicks, fotos, comunidades e blogs por aí. Não queira que seu filho conheça a história do pai pelo que contam no orkut.

Eu sinto falta da sua gargalhada. Hoje, fiquei como boba tentando te fazer sorrir, quando precisava de muito mais que isso. Precisava falar. Precisava chorar, ouvir, sonhar. Sem dowloads. Sem emotions.

Seu corpo mudando, os quatro meses de gestação e os mais de trinta anos de emoções que só você sabe... que nem cabem mais nesse cantinho que adotou como casulo seguro e quente.

Você é mesmo um mulherão e logo mais será uma mãe incrível. Então, sai logo daí e vem passear pela vida. Vem preparar com as próprias mãos o mundo que vai receber o teu filho.

Já viu a lua dessa noite? Já viu o céu?

São seus.
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O Renato Russo fez essa música p/ a Cássia, quando ela estava grávida do Chicão. Poucos homens teriam escrito tão bem a alma feminina:

1º de Julho

Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E é nos teus braços que ele vai saber
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez
O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso,
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes

O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua Deusa, meu amor

Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava ao teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor
Baby, baby, baby, baby

O que fazes por sonhar
É o mundo que virá, pra ti.. para mim...
Vamos descobrir o mundo juntos, baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
Meu amor, meu amor...
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PS: Linda... vem logo. Há muito por fazer e temos só mais cinco meses antes que o Pedro ou a Lara chegue... rsrsrsrs. Perdoe a minha demora. Estou aqui. De verdade (e sempre - e ainda preferindo TODAS as verdades).

PS2: Lelê. Essa barriga linda, crescendo do nosso lado e ao mesmo tempo tão longe... Culpa nossa. Sinal de que nós duas também precisamos desligar o computador e parar um pouco de falar dos excessos e da falta de amor. O verdadeiro amor está aí. Vc sabe melhor que eu que nada é mais importante que isso. É um milagre que exige cuidados. Exige presença. Não podemos garantir todas as presenças, eu sei. Mas, as três juntas... faremos um barulho bom... rsrsrsrsrs
Já que vcs são um casal, vou usar o mesmo PS. Kenny, também amo vc. E sua felicidade, ainda que nascente, também me inspira... Gangue das que adoram amar (e gangue das blogueiras também... rsrsrsrs).

PS3: Alê, querido e exclusivo... rsrsrs. Obrigada pelo comentário. Vc, que me conhece bem e há tanto tempo... sabe que não é nada fácil me amar. Ainda assim, agradeço também os parabéns que deixou p/ o dono do meu coração. Eu vivo dizendo p/ ele que ainda dá tempo de correr... rsrsrsrs. Mas tem que correr muito, pq se eu alcançar... ah, se eu alcançar... depois te conto... rsrsrsrs

PS da Toty: É tanto amor e tanta coincidência... 5 meses? Bodas de poesia (e inquietações)? Beijo, lindaaaaa!

domingo, 1 de novembro de 2009

Vinte e nove

Aos dez anos de idade, amei pela primeira vez. Aos dezesseis, quase morri de paixão e de saudade. Foi quando aprendi que não se guardam beijos e declarações para o dia seguinte. O dia seguinte só importa se realmente vier. E, quem garante? Alguém aí garante?

Com um medo danado de enterrar outro amor no cemitério, aos dezoito amei dois homens ao mesmo tempo. E entendi que assim, nada é inteiro. E se alguma coisa vem em dobro é a angústia. E a falta. Aos vinte, perdi os dois. Perdi um tanto de mim mesma também.

Mas, ganhei o mundo. Passei alguns anos experimentando amores inventados, regados à vaidade, à conveniência e a uma certa distração que me protegiam da verdade e da intensidade que insistia em gritar, escondida pelos cantos da alma. Pelos cantos da boca, eram beijos e palavras emprestadas em troca de alguma emoção. E a condição era que fossem passageiras. Eu e as emoções.

Mas, havia um homem que assistia a tudo isso e ria, um riso nervoso, de quem deseja o inacessível. Ele esteve ali durante quase dez anos, esperando o dia em que eu não soltaria a sua mão. E aos vinte e cinco, larguei tudo e fui com ele experimentar as dores de um amor exaltado.

Voltei crescida, adorada e ferida. Exatamente como deveria ser um amor de lições e libertações. Na volta, por algum tempo sofri de uma espécie de cegueira e até me apaixonei, com os olhos turvos e o coração dormente. Foi assim que aos vinte e sete, vivi minha paixão autista... Cheia de eufemismos, fantasmas e limitações.

Em quinze dias serão vinte e nove. E já que estou contando dos anos e dos ensaios de amor e de vida, conto os meses que são seus – e que sou sua. Cinco.

Cinco meses pra finalmente declarar (embora você já soubesse):

Meu amor... é você.
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PS: Adorei dizer: Amo você. No sotaque lá da gangue seria: Lhe amo. E é tão bom... rsrsrsrs. Difícil é não gostar de você. Difícil é sentir sua falta. Melhor deixar que esse amor tome conta das horas. Não tenho dias seguintes p/ te dar, mas as minhas horas, dos meus quase vinte e nove anos, são suas.

PS2: Outro PS porque é a minha verdade e merece: amo você.

domingo, 25 de outubro de 2009

Não

Eu, que havia lavado a alma, cheguei em casa e lavei os pés. Eram sujos de saudade. As pernas doíam como se estivessem em maratona. Maratona de amor. E o amor também cansa.

Aproveitei pra lavar as mãos de tudo o que não foi dito. Não importa. Talvez, a importância tenha vida só no meu quarto. Na minha cama. Na minha boca.

Meu útero reclama. Meu dente dói, como se implorasse a salvação. Então é isso: absolvo todo o meu corpo da tua espera. Ironizo tudo o que não posso significar. Falta você, mas o que não pode mais faltar sou eu.

O resto é suportável. O resto, é a vida. E a vida é possível. Cheia de remendos e confusões. Cheia de idiomas, fantasias e idiossincrasias. Ainda sou eu. Ainda é você.

Mas, dane-se. De um dane-se bem danado, de um amor bem amado e de um não bem democrático.

Não. Não intrínseco. De madrugada, sem a lucidez do Sol.

Não.
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Por Não Estarem Distraídos
(Clarice Lispector)

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.

Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.

Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.

No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.

Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.

Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Posologia (Mangifera indica)

Eu também sinto falta da sua voz. Hoje ela sorriu pra mim, como se houvesse alguma graça em admitir que essa ausência que escolhemos viver não faz sentido. E o que é que pode fazer sentido, em se tratando de um homem, uma mulher e um desejo?

Eu experimentei ser sua. Experimentei ter você. E agora te entrego os meus dias, ainda que sua vida seja em outra cidade, em outro calendário, em outra galáxia.

Tentei o contrário. Estou tentando ainda. Porque gostar de você é perigoso. E só é possível se for assim. Menos que isso não merece seu cheiro nem os quilômetros que viaja pra pousar seus olhos em mim. Quando até seus dedos me beijam. Faço amor com o seu amor. Faço graça, de graça.

Hoje eu tive a certeza que faltava. Tinha medo que essa loucura e essa dúvida fossem só minhas. Tive medo que meu amor fosse órfão de pai. Daí veio a sua voz grave, cheia de graves confissões, as entrelinhas e a saudade declarada, derramada. A verdadeira saudade: inaugurada.

Ah, venha que eu te digo.

Venha, que eu te mostro. Um beijo que não acaba. Meu suor. Meu corpo inteiro recebendo o seu. O amor é inflamável.

Antes, prometo ouvir o que nunca me disse. Prometo não amar sozinha. Prometo perceber os medos e apontá-los. Prometo uma gargalhada daquelas que - só pra você.

Só não me prometo porque já sou sua. Já e ainda. Sua, suada e declarada.
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O Chico fez a trilha sonora do nosso incêndio:

O MEU AMOR

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
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PS: Como eu disse desde o início dos nossos olhares e dos nossos desejos: gostar de você é responsabilidade minha. Faço o que quiser com isso. Ainda acho que ganhamos na loteria. Porém, cada um de nós decide o que fazer com o prêmio. Se quiser, guarde sua parte embaixo do colchão. Eu pretendo gastar todas as moedas, todos os centavos, todos os nossos beijos. Ou talvez, doe minha parte pra você, que aprendeu a planejar e guardar... Eu não sei e não quero aprender.

PS1: Juízo é bom no trabalho, nas finanças, na educação. Nas paixões, o juízo adia a consumação. Tranca futuros amores na gaveta. Castra. Amor bom é amor sem juízo. Sem comparações. Sem hora, sem títulos. Sem doses comedidas. Sem contra-indicações. Quem te disse que existe posologia?
Se existir, avise a todos que a Dona Cafuza já morreu. Há tempos o que se vê (e o que se lê) por aqui é resultado de uma Overdose de *Mangifera indica* (um doce p/ quem adivinhar... nome científico de qual fruta? rsrsrsrsrs).

LARGA ESSE JUÍZO AÍ E VEM PRA CÁ AGORA.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parênteses

(Resposta ao seguinte comentário):
"Sensível como sempre, vc continua sendo intensa nos seus amores e suas dores. Eles vem e elas vão. Vãos? Sim. Ambos. Amores e dores."

Senhor Anônimo, permita-me apresentar novamente a Dona Cafuza. Ela sabe bem os seus nomes e sobrenomes – o usual e o ocidental. Ela sabe bem do teu gosto, do teu beijo, da tua força e dos teus medos.

Aliás, a sua primeira missão ao nascer foi exorcizar em mim o seu amor. Esse sim foi vão. Deixou um vácuo que comprimia do meu estômago aos sulcos dos meus fios de cabelo. Em troca, dor pra curar. Pra descobrir como experimentar os dias sem aquele gosto amargo. Sem os porquês que seriam sempre vazios. Sempre.

Esse fim de semana, estive lá. Naquele lugar onde nunca levei você. O mesmo onde estranhamente o senhor nunca foi me buscar. E eu tanto esperei. E tantas vezes voltei aos seus braços e às suas apaixonantes mentiras. Lembrando, sorri. Que só muito depois fui me dar conta de que ninguém dá aquilo que não tem.

Agradeço a visita. A recente e todas as outras. Só não venha soprar futilidade nas minhas convicções. Não venha mensurar o que sinto, se você mesmo carrega um cemitério de emoções disfarçadas. Não venha domesticar os meus amores e as minhas dores. Não gaste suas palavras pra significar a minha intensidade, que estou aqui pra isso. De coração e caneta na mão.

Lá, onde fico solta e onde você nunca esteve, me disseram que pareço uma índia. Não. Não sou índia. Não sou sua Pankararu. Sou cafuza. Dona.

Quanto aos amores, não sei mesmo se eles vem e se são vãos. Mas ELE veio. E daí se o amo? Não é problema seu. Nem dele.

Não se preocupe. Ele não é o meu princípe. É o meu rei. É humano e tem defeitos encantados. Ele ronca. E você... você mente.
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PS1: Anônimo, proteja-se da sua identidade e das suas emoções. É vc que vive amores vãos. Como sempre. Mas, sempre não é todo dia. Talvez um dia ainda experimente a verdade. Talvez nesse dia, se acalme.

PS2: Cunha, meu querido. Confesso que só entendi tudo o que você queria dizer após a nossa longa e reveladora conversa. De lá p/ cá, toda vez que releio o seu comentário mais alguma palavra ou frase me ganha. E eu, ganho vocês. Obrigada. Pelo amor, pelo Raio X, por estarem sempre aqui. Amo vocês.

PS3: Meninas, muito, muito obrigada. Vcs são tão diferentes... mas cada uma tem um jeito especial de acolher minhas confusões, de me abraçar e de me contar do mundo. E eu fico cheia de opções... rsrsrsrs. Olhares diferentes p/ a mesma emoção. Faby, Gih e Toty, beijo enoooooooooooorme!

domingo, 4 de outubro de 2009

Cicatriz

De repente, se refez em mim a santidade de todas as paixões. Como se eu me apropriasse dos vestígios de amor que as pessoas largam por aí. No ar. Umas desistem, outras sucumbem, algumas consumam – e tantas enlouquecem.

Eu sofro de um amor que é simplesmente feliz. Fui buscá-lo num beijo e passei o resto da noite refém do teu cheiro. Refém. Era você na ponta da língua. Era você no meu sorriso bobo e nas minhas frases sem sentido algum.

Mas, isso foi outro dia. E os dias ardem. Atropelam minhas crises de juízo. Desafiam as alegorias das minhas reticências. Os dias... testam a minha fé e os meus desejos. Os rasos. Os vagos. Os que eu não entrego a você.

Talvez eu não consiga esperar. É um talvez quase certo. Certo como a sua ausência sutil. A sua falta presente. Com laço de fita e anel. Com despedidas sem encontro, sem nome. Sem confissão.

Eu confesso agora. Já não posso. Estou na reserva. Ou vou te buscar, ou vou me buscar.

Venha você. De bicicleta, de chinelo, de verdade.

Venha andando, pensando, sendo. Só não esqueça de vir. Não esqueça que pode ser como ganhar na loteria, mas também pode ser como ser assaltado à mão armada, com violência, numa rua deserta às quatro da manhã.

E tudo ainda pode ser.

Se não, esqueça. Logo. Como tirar um esparadrapo. De uma vez.
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PS: Três dias depois e resolvi publicar. Pra lembrar que arrancar o esparadrapo é melhor. Quem é louco de ficar puxando aos poucos, estendendo a dor e adiando o sacrifício? Eu não. Não deixo dores para o dia seguinte, que o dia seguinte nem existe.
E, se o dia seguinte vier, que seja livre. Que seja cheio de novidades e sensações. Sem resto de cola de esparadrapos antigos. Sem meias verdades. Sem amores medianos. Sem planilhas e gráficos mensurando o impossível.
Antes uma nova cicatriz que um velho meio amor.

PS2: Eita mundão... Lá vem mais um dos meus outubros marcantes. Aniversário das dores, das mortes, das coisas que não foram ditas e nunca mais serão. Mês oficial das elegias e cicatrizes.

PS da série "desnecessários"(sobre a origem da palavra Outubro):
Outubro - Octo - Oitavo mês do calendário Romano
A desinência "bro" que se segue nos quatro últimos meses do ano gregoriano vem do latim "brus" e significa "meses da solidão" pois coincidem com o Outono europeu e nesta época já principiava o frio e as pessoas se recolhiam mais às suas casas.

PS final: Aff... rsrsrsrs

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O que será?

Quando cheguei, percebi que o sorriso dela era novo. Era moço. Moço de uma maturidade comedida. Tudo nela era flor. À flor da pele, a flor dos olhos, as flores no cabelo. O que será que será?

Daí ele chegou. O jardineiro. O dono de todas aquelas flores. Cavalheiro vindo direto do vale das suas próprias dores, com sede dos lábios dela. Com sede de amor. Reclamou que há vinte minutos ela não o beijava. E beijou. Como se fosse única. Como se ele mesmo, fecundasse a flor.

Eu, espectadora desse deleite, sorri. E torci para que eles se descobrissem mais que um casal. Desejo que eles sejam sempre, um homem e uma mulher - de carne, osso e pólen.

Eu não sei mesmo o que é. O Chico já perguntava desde 1976:

O QUE SERÁ? (À FLOR DA PELE)
Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores que vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
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PS: Aninha... É lindo ver. Melhor ainda é sentir. Desejo que o amor floresça. Desejo que a paixão seja apenas o primeiro capítulo, da história mais emocionante da sua vida. E da dele... rsrsrsrs.
Obrigada pela inspiração, pela cumplicidade, pelo carinho e a emoção de sempre (que todos os nossos encontros e reencontros são especiais).
Beijo enoooooorme!

PS2: O que será não importa. Não faz a menor diferença. O que importa realmente, é O QUE É. Delicie-se!!!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oitavo andar

Perdi um livro da Clarice na mudança. Não qualquer um, o melhor. Aquele onde ela se conta, solta nas palavras e nas emoções. O único onde a personagem principal é a própria. Faltava pouco pra ler as últimas crônicas. Tudo bem. Detesto mesmo chegar ao fim dos livros da Clarice. Me dá uma sensação horrível. Quase um luto. Como se ela se despedisse ao fim de uma longa conversa de vida e de comoções.

Por isso mesmo vou lendo aos poucos. Escolho os livros dela com cuidado e intercalo com outros autores. Vou adiando o momento de dizer que não falta nada. Nem quero pensar que um dia terei lido tudo o que ela deixou. Depois, viverei de quê?

E sem a companhia da senhora Lispector, essa semana fiquei presa no elevador. E comprovei que a calma é uma virtude preciosa. E que a solidão é uma utopia. Ninguém está totalmente só até se ver preso num elevador. Foram minutos de uma auto-análise perigosa. Fiquei pensando em tudo o que eu precisava fazer do lado de fora. E o lado de fora era impossível. E a vida que era totalmente possível me levou ali. Àquela contenção. Como se me obrigasse a parar de correr. Como se me obrigasse a olhar. Foi um tapa na cara e em seguida um beijo de ternura, porque gostei do que vi.

Eu, que só queria chegar ao oitavo andar, cheguei a mim mesma.

Me dei conta de que era preciso muito mais que aquela porta de aço pra me prender. Foram poucos, mas longos minutos de contemplação.

No final, sorri. E o porteiro me olhou assustado e observou: ainda bem que a senhora é muito calma.

Sim, ainda bem que agora sou.
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PS: Meu Rei. Falta pouco pra dizer. E muito pra sentir. Ainda bem. Considere-se beijado. Considere que eu sussurro essas palavras pra você. Me delicio com tudo o que não é publicável. Tudo o que sabemos sobre nós dois. E tudo o que não sabemos também. É lógico e nem precisava ser... rsrsrsrs

PS sobre o último texto: Fiquei impressionada. Incrível como as traições mobilizam sensações e reflexões em todos nós. Especialmente nas mulheres. Toda vez que toco nesse assunto por aqui, percebo que o tema não tem nada de pessoal. Que pena. Não precisava ser uma dor tão comum. Agradeço todos os comentários e todo o amor também. Foi quase terapia em grupo... conto sempre com vocês.

PS das Mitsuokas: Lelê, obrigada pelo apoio de sempre. Obrigada por me lembrar que vale a pena dizer a verdade mesmo quando o preço que se paga é altíssimo. Por você, assumo qualquer dívida e qualquer briga.
Dezah, algo me diz que você já voa muito mais alto do que todas nós podemos enxergar. Algo me diz que seu caminho será trilhado com uma força muito especial e que esses treze anos escondem uma alma de mulherão. Os homens que se cuidem. Não vai ser nada fácil merecer você. E eu espero sempre merecê-la, no meu blog e na minha vida.

PS da Toty: Também amo você. Você, que não é mais visita. É da casa. É da alma. O beijo e a admiração de sempre...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sobrenome

Ele ensaia uma despedida sofrida. Na UTI, perdeu a perna e a dignidade de uma autonomia muito peculiar. Nem parece o mesmo homem. E eu nem o conheci. Sei apenas das histórias, das saudades que minha avó nunca curou. Uma saudade que doeu até que ela perdesse os sentidos.

Ela gostava de cantar – e dizem que cantava bem. Mas, se apaixonou por ele e entregou tudo. Trocou todos os sonhos por um legítimo casamento à moda antiga: submissão, traição e choro guardado. E alguma faísca de amor que velava o seu sono.

E ela amanhecia grávida. E a promiscuidade daquele homem lhe trazia algumas doenças e obrigações. Antes de sair de casa, ele escolhia o terno que ela deveria lavar, passar e engomar pra que naquela noite ele encontrasse a outra. E foram tantas outras. Ele era mesmo um homem bonito. Apropriava-se de um tipo de beleza que não valia nada. Que não valia uma família. Talvez, nem um beijo vazio.

Até que um dia ela foi embora. Não que quisesse tanto. Só não queria mais.

E esse é o começo da minha história. É a herança que meu avô deixou. Ela passou o resto dos seus anos tentando reconstruir um sorriso e tudo o que lembro são das gargalhadas secas que no final soavam engasgadas, úmidas de lágrimas e lamentação. Lembro das trágicas experiências de amor das minhas tias – que cresceram avessas ao amor. Sem fé nos homens e na comunhão.

Vem dele esse sobrenome e esse medo danado de confiar. Medo de fechar os olhos em paz. Medo de que gostar de alguém possa fazer sentido.

Ainda assim, queria muito tê-lo conhecido. Meu avô. Quem sabe entenderia porque é que, até hoje, meu pai sente tanto a sua falta.

E eu, do que é que sinto falta?
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PS Póstumo: Meu avô materno fez diferente. Um dia foi comprar cigarro e nunca mais voltou. Fugiu com a prima. Minha avó ficou sozinha com três filhos pequenos e uma vida inteira pra descobrir como enfrentar. Dona Rosa. Cheia de espinhos.
Minha mãe já era moça quando descobriu o seu endereço (em outro Estado e com outra família). Trocaram cartas e ele pediu que ela enviasse uma foto. A foto chegou e o perdão não. Ele censurou as roupas que ela usava em sua desnecessária resposta. E continuou fazendo falta. E era ainda mais grave: era a falta de um pai que nem existia.
Mãe, é que provavelmente ele julgava o comportamento dos outros baseado em si mesmo. Baseado em tudo o que foi capaz de fazer e especialmente em tudo aquilo que não fez.
E lá vamos nós, mais de cinqüenta anos depois, correndo atrás do prejuízo. Sobrevivendo numa fortaleza absolutamente matriarcal.

PS1: Será que eu preciso de terapia? Rsrsrsrs. Ou será que um beijo cheio de verdade me cura?

PS2: Depois de contar essas histórias, o assunto está esgotado. Fica claro que em mim, qualquer tipo de traição dói como estaca de madeira no peito. Não tolero, não perdôo e não sou cúmplice. Deixo aos permissivos, aos remissivos e aos indecisos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Feliz Aniversário!

Sei que é impossível dizer tudo. Não que não haja emoção. Aliás, haja e aja emoção. O que não há é vocabulário pra significar você. O que faltar, prometo mostrar num beijo. Um beijo cheio de presente e inquietações.

Feliz aniversário. Que seja o melhor de todos, que você mesmo talvez nunca tenha sido tão inteiro e tão seu. Desejo que cada vez mais, seja assim. Desejo tudo o que você mesmo deseja de si e do mundo. Que a cada ano, a cada dia e a cada hora você esteja mais perto de tudo o que quer. E que me queira também. Sem precauções.

Ah, que culpa eu tenho se você é assim, dos pés à cabeça, apaixonável? Rsrsrsrs

Um Amor Puro
(DJAVAN)

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro
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PS: No violão, dizem que vc só sabe mesmo quando consegue tocar Djavan. No amor, deve ser assim também... então lá vai. A primeira música do Djavan pra você, de aniversário.

PS2: Também ganhei um presente. Uma nova leitora. Muito, muito especial. Ela está descobrindo o mundo e outro dia eu soube que ela gosta de passear por aqui. Dêza, obrigada demais. Espero que as minhas palavras enfatizem ainda mais a sua vontade de experimentar. Crescer é mesmo uma delícia!!! Beijo enoooooooooorme!

PS3: Cá, Feliz aniversário também!!! Que a vida te dê de presente a coragem necessária p/ tomar as melhores decisões. Das pequenas às mais importantes. E que vc se torne uma grande mulher, dona de si mesma. Beijo!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Livro de Receitas

Faltam poucos dias. Logo, comemoraremos o seu aniversário. Eu já comemoro. Que todos os nossos momentos são de renascimento. É uma renovação que fortalece os músculos do meu coração. E o sangue circula forte, dos tecidos do meu corpo aos meus sonhos.

Minha vida está mudando tanto. Mas, trago você na bagagem. Trago as nossas horas, os nossos suores e a nossa paz.

Tenho as mãos livres – e limpas, pra caber você e tudo o que ainda preciso descobrir sobre o teu sorriso e sobre o mundo. Ah, esse mundo infindo que agora parece sorrir também.

Você me lembra o meu primeiro amor – que era assim doce... que era assim moleque, livre. Suficientemente bom. Como todos os amores deveriam ser.

Naquela, abençoada e primeira vez, eu estava na quarta série do primário. Estava descobrindo que escrever era uma delícia e que amar... ah, amar. Era o sabor do dia. Andar de mãos dadas na hora do recreio era festa. Trocar olhares e gentilezas durante as aulas era o melhor exercício de felicidade que a vida podia nos dar.

E então, foram duas descobertas: o amor humaniza. E escrever é sublimar a magia desse processo de crescimento. É ter um livro de receitas pra guardar os meus feitiços. Pra contar de tudo o que me é sobrenatural.

Comemoro você. Seu nascimento, sua vida, sua essência espalhando perfume por aí. Um brinde ao nosso encontro e todos os nossos reencontros, que é sempre a intensidade da primeira e da última vez. E é sempre a nossa vez.

De presente, minhas palavras, meus segredos, minhas saudades, meu respeito, meu carinho e os meus desejos. Dos desejos, todos. Dos pueris aos mais lascivos.

Pra você.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Novidade

Com você, aprendi tanto sobre mim... sobre o possível e o impossível em mim. Obrigada por tanta emoção e por tanta cumplicidade. É que teus olhos corajosos facilitaram o meu caminho. O espelho foi ficando mais nítido e naturalmente, veio uma irresistível ênfase aos meus desejos e aos meus sentidos. Os latentes e os profundos – trancados no porão.

E ao abrir a porta, não pude mais voltar. Tive pressa de experimentar o mundo assim, inteira e com a sede de um bandeirante em expedição.

Fui me buscar. E não estava nos meus planos me apaixonar. Não estava nos meus planos fazer planos. E a novidade é que nele, encontrei o que não procurava. Tudo o que não procurava. Nele, encontrei a vontade de ficar. Ele me faz rir. De mim mesma e das minhas confusões e confissões. Ele me beija como se calasse as minhas dúvidas e as minhas dores. Ele é tanto, e tão. Ele é leve, com autoridade. Como se a leveza fosse um luxo que ele ousa experimentar. Ele é duro, apenas pra valorizar ainda mais os seus surtos de bondade. E eu falo de uma bondade que é quase santa. Ele não sofre com as decisões. Ele é inteiro o próprio bem. Não por escolha... por natureza. Seria um pecado não me apaixonar. Sou vítima das suas mãos cuidadosas e da sua ternura viril.

E foi tudo isso que eu vi nele. Um homem. O homem. Agora eu vivo uma fidelidade que nunca antes. Que não depende de moral, nem de cultura, nem de predileção ou privilégios. Não depende dele. A minha fidelidade não é antropológica. É intrínseca. Talvez, pela primeira vez, experimento ser fiel à mim mesma.
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PS: Vini, obrigada por todas as nossas palavras, por todas as nossas viagens, por todas as nossas lembranças. Graças ao que vivemos é que sou inteira. E hoje, me permito ser inteira desse homem. Obrigada também por compreender e respeitar.

PS2: Meu rei, o que é que falta agora? Quantos dias e quantos beijos faltam agora?

PS3: Victor Leonardo, nosso Pimentinha. Faltava você e agora não falta mais. Nunca mais. Não é narração, é coração. Nós, Lelês, também amamos você. Demais.

PS da Toty: ... Linda a sua coroa. Use-a sempre. Não se perca de si mesma, que o amor se instala. É a cura e a loucura que cabem em nós. Beijo enoooooorme!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Casa de Boneca

Não consigo parar. Adormeço ao teu lado mesmo quando não está. É a presença mais sublime de um homem na minha vida. É o eco da tua gargalhada no meu quarto, é a sombra do teu sorriso no meu dia. É a lembrança dos teus silêncios mais lindos espalhando um pouco mais de você em mim.

Nos meus sentidos que já não fazem sentido algum. E aquela música que não pára de tocar. E a certeza que você já tinha, e eu negava com um sorriso bobo de criança fujona. De criança que quer brincar, sem se machucar.

Ai, que os meus ais são de prazer. São de querer. São de gostar. De um gostar encantado, enamorado, angustiado – que a paixão é assim, guerra dos princípios e das memórias.

Nem um resto de paz. Nem um único desejo desgarrado, que me faça olhar pro lado e devolva a minha liberdade – um mundo inteiro de emoções e ilusões.

Enquanto quisermos, será assim. Tudo no seu nome. Toda a minha fome e a minha cura. Todos os meus pecados, os meus milagres, os meus feitiços, os meus suplícios de amor. Os meus ensaios de rainha e de menina.

A minha casa de boneca, pré-fabricada, já tinha um trono e uma coroa pra você.
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(Dessa vez, foi ele que escolheu a música...)
Será Que É Amor?
Arlindo Cruz
Composição: Arlindo Cruz / Babi / Jr. Dom

Eu tenho tanto pra te falar
Não sei por onde vou começar
Toda hora que eu te vejo
Quase morro de desejo
Acho que é paixão
A timidez tentou me calar
Mas desta vez não posso guardar
Toda hora eu te admiro
Toda hora eu te respiro
Acho que é paixão
Será que é amor
Parece muito mais
Meu anjo minha flor
Minha canção de paz
A luz do teu olhar
Clareia o meu viver
Não posso mais ficar sem você
Não deixa o nosso desejo virar poeira
Um oceano de amor que não pode secar
Minha paixão eu te juro é pra vida inteira
E você pode usar e abusar de amar
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PS: Lelê e Camilinha, eu fico aqui derramando esse mel e vcs ainda ajudam puxando o saco do Rei de Paus? Assim não dá.
Ele vai ficar metido. Insuportável. E ainda assim, vai continuar sendo um cara incrível... E eu, cada vez mais apaixonada e bobona. Até a minha sobrinha disse no meu ouvido: Tia, ele é muito lindo. Gangue das que puxam-saco... rsrsrsrs.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Será?

Era o início do dia e eu estava distraída planejando tudo o que não iria cumprir. Daí ouvi uma música que trouxe você. O céu sorriu e fez-se uma brisa de calor e paz. Lembrei de como conheci seus olhos. Lembrei de como sua voz se transformou em canto e tocou em mim. E de como eu desejei que ficasse um pouco mais.

Você ficou. Me contou quem era. Eu te dei a minha verdade e a paixão mais impetuosa que já senti. Cantamos juntos. De lá pra cá, foram pequenas loucuras, grandes beijos e algumas confissões. Nos vãos, alguns medos e lembranças sinalizando que precisamos ter um cuidado que não quero. Ter cuidado dá trabalho e eu tenho preguiça (e desejo demais).

Quero é cuidar de você. Quero é caber nos teus braços sem hora. Ver você chegar e encher meus pulmões de fôlego e vida. Quero perder o sono e a direção. Ser a surpresa do seu dia e descobrir tudo o que não vivemos.

Detesto quando vai embora. Que sempre fica um algo a dizer, um beijo, um segredo, um olhar. E em mim, sempre fica você.

Trocamos as nossas dúvidas por mais uma noite. E o Sol chega manso, absoluto, como se prenunciasse o amor. Não qualquer um. O nosso.

Amor de reis. Xeque-mate?
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Casa Pré-Fabricada
Maria Rita
Composição: Marcelo Camelo

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.
Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais...
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PS: Talvez seja mesmo uma casa pré-fabricada. Talvez o amor esteja pronto esperando apropriação. Talvez eu perca a aposta e ganhe você. Talvez, sejamos dois ganhadores. Por aqui, já é quase um recorde. O importante é que quero cada vez mais esse querer... E você?

PS2: Aninhaaaaa!!! O nosso reencontro foi especial. Obrigada por abrir as portas da sua casa e o seu coração. Obrigada pelas visitas ao blog e por trazer a família toda... rsrsrsrs. Vocês serão sempre bem-vindos. Estou escolhendo as palavras que mereçam contar de vc e da sua paixão. Por enquanto, conto da minha própria paixão, que transborda... Vc vai conhecê-lo. É um cara incrível. Imperdível... rsrsrs. Beijo, beijo, beijo!

sábado, 15 de agosto de 2009

Tríade de Luz

Ai, que saudade. Deixamos você ir embora, pra se encontrar. Pra voltar agora aos nossos braços, inteiro. De carne, osso e coração.

A verdade é que éramos três perdidos. Mas com a cabeça no peito um do outro tínhamos (sem saber) uma espécie de amor. O bálsamo no fim do dia, aliviando as feridas que insistiam em inflamar. A própria vida inflamava e a loucura morava em nossos olhos vazios.

Sem você por perto, também nos encontramos. Aos poucos, sentimos na ponta da língua o doce de uma cara lucidez. Sim, ela é cara. E é nossa. Corre nas nossas veias como se fosse o sangue que prova que somos irmãs.

Descobrimos que crescer dói. Mas foi assim que alcançamos nossas almas – a tempo de perceber que a vida é feita de detalhes. De momentos. De abraços, cristais e sorrisos guardados.

E não importam os anos, os quilômetros. Não importa por onde os nossos sonhos nos levarão. Amamos você, e somos amadas.

De um jeito que só a três. De um tipo de amor que é quase uma oração. Que se contempla num abraço. De um abraço que você deixou há quase um mês e ainda não acabou...

É que agora, somos inteiros no olhar. Somos uma família de almas em festa, comemorando o dom da verdade e sua emoção. Hoje, temos alguma razão.

E que venha a luz.
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PS: Lelê e Pimentinha... É tão difícil contar o que vivemos e o que sentimos. Nem sei. Mas naquele reencontro, era amor e luz.
Obrigada por fazerem parte da minha vida. Especialmente porque não nos conhecemos no melhor das nossas histórias e ainda assim, é amor. Ter vocês é um presente.
Beijo enooooooooooorme!

PS2: E você, meu Rei de Paus que solta pipas e verdades (rsrsrs)... obrigada por me ouvir, por me inspirar, por me acordar. Obrigada por me beijar assim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dama de Paus

Tenho medo que as horas passem sem que você se perceba. Virão os meses, os anos. Uma vida inteira feita de detalhes e minutos que você prefere não lembrar.

Uma coleção de erros que você escolhe sem cuidado e paga em injustas prestações. Erros que se repetem cansados. Beijos secos que não matam sua sede. Tardes que não passam e que continuam vazias. O telefone que não toca. A mão de homem que toca o seu corpo e jamais alcança sua alma. Como naquele sonho.

Queria te dar de presente outra emoção. Uma que fosse real. Uma que fosse só sua. Pra invadir suas horas de calor. Pra regar as flores do seu jardim (que anda tão triste e cinza).

Queria soprar suas cinzas. Te daria também um espelho maior. Um que refletisse o seu sorriso inteiro. Um que mostrasse a mulher incrível que você esqueceu.

Deixe-a vir. Deixe que ela escolha outros erros e experimente outros beijos... um que mereça seus lábios e a sua emoção.

Não deixe que ele pise nas suas flores. Não importa o que as pessoas acham. É que no dia seguinte, você mesma procura e não acha nada. Nada. É só uma lembrança amarga e um buraco no estômago.

E é por isso que eu truco você. Virei o três na mesa e o zap está na sua mão.

Não se distraia, não se desperdice. Vai morrer com a dama de paus na mão?

Traga ela pra dançar...
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PS: Às minhas amigas que se acostumaram a querer pouco e esquecem que são Damas de Paus. Cansei de falar. Cansei de esperar. Trucooooooooo!

PS2: Minha sobrinha perguntou se ele é uma pessoa ou uma fruta. Ele é mais. É o meu antídoto. É o meu Rei de Paus.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Convite

Vem
Que te conto uma história...
A minha.

Vem, que eu cuido das tuas dores
E dos teus afetos

Vem que eu viro festa
Faço um jantar com poesia
Faço lembrar quem és.

Vem
Deita aqui comigo

Me salva dessa loucura
Desse desejo que não cessa

Vem
Se não eu grito
Se não...

Eu calo.
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PS: Esse convite é intransferível. Vale pra todos os dias. Que todos os dias são nossos. Que todos os dias, amanheço e adormeço sua.

PS2: Camilinha, seu comentário me deixou reflexiva (mais... rsrsrs). Pago mesmo o preço das palavras. Mas pago à vista. Não tenho dívidas. Nem ele. Assim, ficamos livres pra as palavras, os afetos (e os excessos) do dia seguinte. Sem pedir. Sem pensar. Porque “sentir” não tem mesmo definição e exige espaço na alma, desejo na boca, coragem na ponta dos dedos. Coragem pra tocar. Coragem pra ter.
Adorei tudo o que vc escreveu, mas discordo de uma parte... rsrsrsrs. Não fui a única da gangue não! Se olharmos bem de perto, fica claro que todas nós estamos vivendo “mais do que palavras”.
Tudo ao seu tempo... as providências são necessárias, mas em cada organismo provoca uma emoção diferente. A emoção que cabe em nós.
“Seletas emoções”... rsrsrsrs.
Beijo enooooooooooorme!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Volúpia

Sei o que falta dizer, mas não digo. Quero é sentir, até transbordar. Até que o vento nos abençoe. Até que o céu acaricie nossos lábios num beijo de contemplação.

Até que se perca o desejo de fazer sentido. Vamos abraçar as sensações. E tocá-las com as pontas dos dedos, uma a uma. As minhas, as suas, as de um mundo inteiro de poesias e amores (contados e cantados).

Perdoe-me, que ainda não posso dizer. Mas aqui te ofereço as minhas palavras mais voluptuosas. E as homenagens mais fascinantes e improváveis, que todos os meus sentidos se dedicam a perceber (e descobrir) você.

É uma insanidade desmedida se apaixonar assim. Especialmente se for a dois. A paixão é o vendaval que vai mudando tudo de lugar - até deitar os nossos corpos um no outro.

É isso. Quero o mais. Quero tudo. O merecimento do amor, antes que ele mesmo venha.

Daí então, direi.
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PS: Antes de terminar o texto, fui interrompida duas vezes. Primeiro era você ao telefone e eu adorei. Depois, era um programa na TV Cultura onde a Leni Andrade (maravilhosa) cantava. E eu tive que parar. Entre uma música e outra, ela disse:
“Eu não me importo se morrer numa letra. Eu pago o preço da palavra.”
Eu também.

PS2: Tati, seja bem-vinda, no blog e na minha vida. Sinto que temos muitas histórias incríveis p/ viver juntas. Aêêêêêêêêêêêêêêê!!! rsrsrsrsrs

PS3: Lelê e Pimentinha: amo vocês. E não é do mesmo jeito que amava antes. É mais. Cada vez mais. Em breve vou publicar a nossa história (e a nossa emoção) por aqui.

PS4: Menino danado. Todos os dias ele me inspira. Daí eu falo, escrevo, floresço, confesso. E ele lê e relê todas as entrelinhas. Ele sente o que eu digo e entende o que nem eu entendi. E me mostra. E me beija... e me ganha (e eu aproveito pra dar um pouco mais do que já é seu).

domingo, 19 de julho de 2009

A gravidade

Ele chegou. Veio de longe. Com fome e o corpo cansado. Carrega o mundo nas mãos. Tem peito, tem fé. Mas a fé também cansa. E então ele me abraçou como se voltasse pra casa. Tive medo de sempre ter pertencido àquele homem, sem saber. Me fez mulher – de um jeito que talvez eu nunca tenha sido.

Logo eu, que sabia tudo. Das paixões e dos senões. Logo eu, de mochila nas costas e caneta na mão. Especialista em emoções descartáveis e amores inventados. Logo eu, tão segura em minhas confusões. Tão confortável no palco desse espetáculo, mantendo a pose de estrela diante de um público fiel (e estrategicamente) distante. Nos bastidores eu tirava a maquiagem e não deixava que ninguém ficasse muito tempo. Só o tempo suficiente pra não fazer falta, nem cócegas. Pra não doer. Pra manter em segredo os medos que aprendi. Pra manter guardado o caderno que esconde a minha coleção de elegias.

Mas ele chegou, e não cabia numa noite. Subiu no palco comigo e sua voz encheu meu coração de lembranças que ainda não vivi.

Trouxe beijos que não têm fim e olhares que descobrem as minhas verdades mais íntimas. Já sabe dos meus sorrisos e dos meus dissabores. Já sabe dos meus tons. Os doces, os graves, os amargos, os agudos.

Ele escolhe as palavras e eu escrevo. Ele escolhe os minutos e eu padeço de uma loucura doce – é preciso coragem pra deixar de ser só.

Dei a ele minhas horas, minhas relíquias, minhas canções preferidas e meus melhores beijos. Ele segurou minha mão. Me deu seus olhos, permitiu que eu fosse a primeira a visitar algumas de suas mais ricas emoções.

E se refez em nós uma espécie de virgindade. É um amor casto que vive em pecado - enfeitiçado.

Larguei a mochila. Não quero mais bagagem. Quero as mãos e o coração livres. A felicidade despenteia e não posso mais voltar.

E ele que não cabe em uma noite, se espalha em mim. Reluz.
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PS: Lembrei daquele garoto que no dia seguinte me perguntou qual era a “gravidade do nosso relacionamento”. Agora sei de uma paixão que é grave. Gravíssima. Não tenha pressa de ganhar a aposta, que eu não tenho pressa de perder. Não tenho certeza (nem dúvidas). Tenho você – e sou sua, cada vez mais fundo (...).

PS2: A paixão é mesmo a infância do amor. Então, vamos brincar?

PS3: Lelê e Camilinha: por aqui, a inspiração teve uma crise de fertilidade. No meu jardim, as mangas crescem mais bonitas que as flores... rsrsrsrs. A gangue é sempre bem-vinda no meu jardim e na minha vida. Obrigada pelo carinho, pela cumplicidade, por tudo, tudo, tudo.

PS da Toty: Essa semana você exagerou. Me deu de presente as palavras que significaram a nossa história. É mesmo um milagre. Um milagre que nasceu em terreno infecundo e transformou tudo ao seu redor. De tudo o que aprendi com você, o mais forte foi um tipo de amor que eu não tinha experimentado antes: o amor do perdão. O que invade quando se perdoa, e quando se é perdoado. Só agora eu percebo (e pratico). Lindaaaaaaa... obrigada é pouco. Amo você.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Rascunho

Ele não sabe. Mas quando sorri, se entrega à minha entrega. E somos dois largados nos vãos sinuciosos dessa paixão cheia de detalhes. Os toques, as entrelinhas, as palavras. Os silêncios. Ah, os silêncios com gosto de vinho e a boca cheia de felicidade e comoção.

É quando somos um só. Somos o segredo um do outro. Um no outro. O beijo pra consumar. Um toque de ciúme pra sombrear. O desejo que fascina, sem juízo, sem promissórias, sem pudores.

Experimento sermos nós. Animais. Surreais. Suficientemente de olhos abertos, com um maço de páginas em branco e fantasias. As mais belas fantasias.

Te empresto a minha caneta. Escreva o que quiser em mim. Escreva a nossa história. Quando foi?

Como foi que me tornei sua?
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PS1: É possível me apaixonar mais? E se eu publicar seu nome? E se eu tatuar? E se no dia seguinte, for ainda mais e cada vez mais, sua?
Meu rascunho é seu. Faça o que quiser (tudo o que quiser).

PS2: Lelê, overdose de nãnãnãnãnãnãnãnãs. E se não fosse você, eu não teria resolvido aquela história, não teria recebido o meu perdão. E não teria mordido essa fruta suculenta. Essa manga rosa de olhar e braço forte. Ele me inspira a ser cada vez mais eu mesma. Minha e dele.
Mas você, minha amiga-irmã, também me inspira a ser eu mesma. O tempo todo. Quando me abraça, quando me obriga a cantar (rsrsrsrs) e a escrever, e a sentir. Também amo você.

PS3: Da Manga rosa, eu quero o gosto, o sumo e tudo o mais. Não fique com ciúme (rsrsrsrsrs). A Lelê já disse que também ama você. E somos todos da gangue dos que se apaixonam e se emocionam até lambuzar. E eu quero mais é que o mel escorra, e que essa paixão seja febril... é um doce que transborda e respinga em todos ao nosso redor. Beijo, beijo, milhões de beijos (e reticências impublicáveis).

PS4: Totyyyyyyyyyyyyy... ter você de volta (e sempre) não tem preço. Terapia? Isso aqui tá mais p/ Cafuzioterapia... rsrsrsrs. A minha admiração cresce enlouquecida. Obrigada pela emoção (e pelo eco – que meus textos continuam sendo concluídos pelos seus).

Diário de Bordo

Até a caneta escorrega. Corre mais macia. Porque eu mesma sofro de uma maciez que tem nome, sobrenome e voz.

E que voz. Quero uma caixinha de música que cante você.

Quero no teu ouvido dizer as coisas que não posso publicar.

Quero a tua versão acústica na minha barraca, no meu quarto, nos meus quadris.
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PS: Talvez o meu colchão inflável tenha um furo. Ou talvez, seja o meu corpo que é pesado sem você. Ou... o vazio se propaga. Contagia.

PS do PS: Começou a chover. As meninas dormiram bêbadas. Também bebi, mas continua tudo igual. (...) É mais forte que o barulho do mar (e o mar tão perto). E você... nem sei. O celular não pega, os orelhões não funcionam, e a paixão sorri. Porque até sentir a tua falta é bom. Tem gosto de beijo que fica guardado. Segunda-feira eu te dou. (...) Além de você, faltaram as estrelas (o tempo tá muito feio e acho que não vai melhorar...).

quarta-feira, 8 de julho de 2009

As meninas

Todas as minhas meninas são suas. As dos olhos, as da alma. As que desejam, as que têm medo. Até a mais rebelde e impetuosa, Chica da Silva, se apaixonou.

E não me peça explicação. Sou toda sua e nem sei porquê (mesmo que o porquê seja junto, separado, com ou sem acento, ainda é porquê sem nome e sem razão). Deve ser divino. Deve ser possível. Deve ser algo que caiba em nós.

Deve ser que não consigo ficar sem você nem um dia. Nem uma hora. Nem uma vida.

Deve ser que o seu beijo embriaga. Enaltece. Enlouquece sem absolvição.

Deve ser que sou tua. Toda. De um princípio tímido ao fim. E que o fim seja um cometa. Que não exista. Até que venha o céu desaguar em mim.

Até que venha você. Com seu braço forte e seu perfume. Que venha de uma vez. Que não deixe rastros nem destroços, que seja o homem que cabe em mim.

E que caiba em mim. Sem mais, nem menos. Que seja o meu pecado na boca, que tire o meu sono, que acorde ao meu lado e que não seja um sonho nem um delírio.

Que seja você. Nos detalhes, nos olhares, nos sussurros. Na porta do prédio, na beira de uma paixão, nas suas mãos no meu rosto e no seu olhar em mim. Tão forte. Tão majestoso. Tão seu em mim.

Eu já sou. Deliciosamente apaixonada por você.
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PS: E agora? Não me desafie, que eu posso tudo e quero você. Vou sentir sua falta esses dias e na volta, vou te buscar. Sou tua. De um jeito irreversível. De um jeito, que só sendo. E mais.

domingo, 5 de julho de 2009

Falta

Ele não conseguiu largar o cigarro. Nem conseguiu perceber que, como já dizia o poeta, “todas as coisas são pequenas”. Também não percebeu que era maior e mais forte que todas aquelas ausências e angústias que lhe doíam no peito, nos músculos, nas mãos.

E nós, não conseguimos perceber que aquela raiva que ele usava pra preparar a massa, era raiva da própria vida. Por tudo o que lhe faltava. Por tudo o que não havia mais. E o pouco que lhe chegava era um susto. Era um medo danado de novamente ter, porque era quase certo perder.

Logo ele, que surpreendia o nosso paladar, que dominava a alquimia dos pratos e nos oferecia um banquete. Um banquete com os seus sabores. Mas das pessoas, não sabia a medida. E quase sempre exagerava. Quando não, desistia antes mesmo de tentar. E perdia o ponto. Um resto de amor amargava no céu da boca.

Até que o perdemos. Porque se ainda restava alguma coragem, foi a que usou pra apertar o gatilho. Salgou demais. Perdeu o ponto de si mesmo. Deixou pra nós o sangue derramado, a marca da bala na parede e uma sensação incrível de que poderíamos ter feito mais.

E foi uma sucessão de cenas trágicas testando os corações mais fortes que eu conheço. Da notícia ao sepultamento, era um vendaval funesto derrubando os muros da nossa fortaleza. Era a pior das desgraças testando a nossa fé. Todas as dores do mundo batendo ali. Ninguém ficou de pé.

Nem sei quantas vezes ouvi a frase: Mano, não dá pra acreditar.

É. Não dá mesmo. Nem vou tentar. E quando acordar quero Sol. Quando acordar, vou sorrir.
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Sonho Meu
Xis - Composição: Mayra

Tento acreditar que foi um sonho.
Nossa... Pra explicar ou entender vai ser foda.
Um rolo compressor, como se fosse,
o mais fudido, devastador, impacto fulminante.
Não me restou uma saída ou outra chance, não.
Por um instante pensei que era aquilo e só.
Tristeza de dar dó, desilusão com tudo,
caiu meu mundo eu me senti só o pó.
A gente acredita vai e se dedica mata morre por alguém,
por algo que se tem.
Porém, no escuro pelas costas vem um tiro,
fecham-se as cortinas e você não é mais ninguém.
Última cena, último ato, a dor...
Porcos festejam sobre o corpo de um defensor.
Que dedicou... Enfim... O máximo de si,
que então tentou então tentou e se fudeu no fim
Não sou ator isso aqui não é novela
Real realidade eu faço parte dela
Num tô entre um comercial e outro e tal
Passando a rola e pah na pilantra da atriz principal
Eu tou falando de traição de pilantragem
Minha poética versão minha verdade
Mais apurada sincera que Deus me deu
Até parece que foi sonho meu

Sonho meu... Até parece que foi sonho meu
Sonho meu... Como faz falta um abraço seu
Não vejo a hora de isso tudo acabar
Me dá uma chance eu quero acreditar
Que nada dessa porra aconteceu

Seis da manhã
A insônia me pegou me fudeu trouxe a lembrança
Nada de chá nada de café
Eu quero é um gole de amor de esperança
Paz de criança dormindo, ligou?
A tática perfeita o respeito o amor...
O coro Oh! oh! A gíria! morô?
A última ponta de luz puxou?
Talvez um dia lá você esteja louco lá
Com o dedo no gatilho suando frio pronto pra atirar
Firmeza seu mano e você firmeza
O plano definido a fita derradeira
Não falo de contrato eu falo de amizade
O fato é o que eu falo e o que eu faço e com cumplicidade
Na malandragem do bem quem liga, ligou
Sou quem rima o terror, tô na paz do senhor
Ei meu mano num atirou, pipocou
Faltou disposição na ladeira, me abandonou
Aonde estou? que treta? que fita?
Está é minha vida hehe... cê acredita?
Em um instante tudo se perdeu
Quem é você? me responde.. quem sou eu?
O fim da linha por um erro que se cometeu
Até parece que foi sonho meu...

Sonho meu... Até parece que foi sonho meu
Sonho meu... Como faz falta um abraço seu
Não vejo a hora de isso tudo acabar
Me dá uma chance eu quero acreditar
Que nada dessa porra aconteceu

Fui humilhado, tratado como um nada, um bosta!
Inocente ou culpado.. agora não importa. bosta!
Perdi a vida, fecharam-se as portas. bosta!
Não tive média me expulsaram da escola, bosta!
Minha ferida não cicatriza, é foda!
Tudo o que passei o que sofri.. quem se incomoda?
Como é foda saber que a causa é uma bosta
E a conseqüência na sua cara engatilhada é foda
Passa o dia passa a hora passa o tempo... passa a bola
É foda, minha memória infectada descontrola
Abala o corpo e sobra a alma pra vitória, bosta!
Um pobre dialeto que me sobra, vi violência pura
me tortura, como é foda! sonho um dia ser feliz
Sair da bosta um salve pras cadeia do país
Paz e Glória...

Sonho meu...
Até parece que foi...
Sonho meu
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PS1: De tudo, houve uma coisa incrível: ficou claro que somos uma família enorme, de um amor e uma força que comovem. Amizade é uma palavra que não define essa ligação. É um parentesco que construímos no dia-a-dia. Nas ruas da Vila Inglesa, nos abraços, nos vãos, nas curvas - mesmo quando as curvas terminam na porta do cemitério. Amo vocês.

PS2: Agradecimento especial à gangue da força: Gih, Lelê, Tati e Camilinha. O que vivemos esses dias não vai passar. Mas se estivermos juntas, mesmo que o Sol não venha a gente vai buscar.

PS3: Também preciso agradecer a gangue da Paulicéia. Parceria total. Obrigada por acolherem nossas lágrimas, pelo carinho, pelos cuidados, pelo braço e abraço forte, pelo colo e pela cachaça que lavou nossas almas... rsrsrs. É nóis!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Destempero Hormonal

Cheguei em casa com a sensação que carregava um fardo de oitenta quilos. Tomei um banho longo, com direito a sais, óleos e reflexões. Soltei os cabelos e coloquei um vestido antigo, desses bem ripongas, arrastando no chão. Queria me sentir livre. Solta. Avessa a qualquer padrão.

Não tinha ninguém em casa e agradeci aquela solidão. Acendi um incenso e um cigarro e comecei a procurar. Nem sei o quê. E nem que encontrasse saberia. Alguma coisa que calasse aquela angústia. Era a TPM. (E agora ao fundo, tocaria aquela música do filme “Tubarão”).

Maldita. É ela. Que chega mansa e de repente toma conta das vírgulas, das brisas, do sim e do não. Um ponto vira um drama shakespeariano. Uma lágrima vira dilúvio e um comercial do Bradesco vira emoção.

O chocolate passa a ter poderes sobrenaturais. E as vozes te irritam, as pessoas te irritam, as flores te irritam.

O corpo começa a mudar. A pele, o cabelo, a cintura. As dores, as espinhas, os hormônios demais e os hormônios de menos. E o útero já começa a se movimentar, nas preparações pra disputar o rally dos sertões. O problema é que o sertão nesse caso é o seu corpo e a cólica não tem fim.

Com tudo isso acontecendo, é fácil (muito fácil), chorar. Daí a solidão que há um segundo atrás era tão conveniente e macia, passa a desesperar. E tudo o que você quer é colo. E tudo o que você sente imediatamente, é raiva por precisar de colo.

A TPM é mesmo um destempero. Sem remédio. As mulheres que cometem crimes nessa fase, deveriam ser absolvidas. É justo. Não há lucidez que sobreviva.

Aos amigos e amores, recomendo paciência (ou distância) nos próximos dias.
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PS1: Minha TPM é crônica. Mas minha prima tem a pior de todas as mulheres da família. Durante a adolescência, ela namorava um cara (coitado!) e todo mês, nessa fase, surgia uma briga séria (por um motivo geralmente ridículo) e eles terminavam a relação, definitivamente. Ele sofria, mas com o tempo entendeu que era “definitivo” até passar... rsrsrsrsrs.
Acho que ele aproveitava as férias mensais p/ jogar vídeo-game, soltar pipa, fazer as baladas que ela não gostava, enfim. Em seguida voltavam a namorar.
Até o dia em que ele cansou. E não voltou mais.

PS2: Alguém aí conhece um remédio bom p/ TPM? (Alguma coisa que não inclua isolamento ou internação). Socoroooooooo! rsrsrsrsrs

domingo, 28 de junho de 2009

Reticências

Não tive tempo de entender o que aconteceu. Sei que nossos beijos são indecentes – de uma indecência pura. Nossas línguas conversam sobre tudo o que ainda não podemos dizer.

E quem precisa de palavras, quando o corpo é a própria sublimação do desejo, da sede, da febre que é ter você sobre mim? Em mim. Um plural de emoções que ressignifica o “nós”.

Calamos a boca para ouvir nossos poros se descobrirem. Meu seio esquerdo quebrou o silêncio e sorriu pra você.

Meus dedos se soltaram de mim pra massagear dos seus lábios às pontas dos pés. Sem guia. Sem permissão. Sem atalhos. Querem o caminho mais longo pra percorrer você. E demorar. E transcender.

Ah, vou demorar em você. Quero todos os detalhes que te fazem corar. Quero que descubra o meu gosto e a minha nudez. Até a nudez da alma. A diferença entre o meu sorriso de papel e aquele, de felicidade. Como o que você flagrou no carro hoje de manhã.

E quanto mais bebo você, mais tenho sede.

Quero você, no plural. E já são seus os meus suspiros e as minhas mais deliciosas reticências...
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PS1: Vem beijar as minhas reticências. Vem mostrar o que é capaz de me fazer sentir. Vem sentir, que ainda tem muito mais...

PS2: Acho que despertei um dragão e quero me queimar.

PS3: Lelê, nãnãnãnãnãnã... rsrsrsrsrs

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Agora

Cheguei em casa e senti sua falta. Não que eu quisesse ter outra vida, mas queria você no meu quarto, esperando as minhas dúvidas e os meus desejos. Sem perguntas, sem respostas, sem amanhã.

Você com o mesmo sorriso que me acordou no domingo. E o mesmo olhar que me sequestrou naquele retrovisor - antes da primeira vez.

Foi isso mesmo. Um sequestro. Uma invasão de território, de pele, de limites. Meus limites nem são mais meus. São seus. Vou tatuar seu nome na minha fronteira.

Vou te beijar como se o mundo fosse acabar. Dane-se. Nem me importa o que vivi e o que me aguarda.

Dane-se. Quero você pra descobrir até onde posso ir. Quero testar meu fôlego, meus planos, meus rascunhos.

Vou experimentar ser sua, sendo minha.

Vou ser.
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E o Vander Lee sentiu, criou e cantou:

NÃO TENHA PRESSA

Não tenha medo
Não venha cedo
Não mude o enredo
Pode ser ruim

Não tenha pressa
Não tem promessa
Não dê, não peça
Não me meça assim

Só coma os frutos
Só siga um trilho
Não colha flores
Em outro jardim
Não me escravize,
Não faça brisa,
Que o vento vem...
E te leva de mim

Não conte os passos
Não cante gloria
Não corte o impulso
Da nossa história
Não venda a alma
Não perca a calma
Respeite os traumas
Dessa trajetória
Só coma os frutos
Só siga um trilho
Não colha flores
De outro jardim
Não me escravize
Não faça brisa
Que o vento vem...
E te leva de mim
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PS: É agora, mas não tenha pressa que eu não tenho. Quero é te beijar até umedecer a engrenagem da minha armadura. E da sua.
E obrigada pela preferência. Também adoro preferir você.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Disritmia Licenciosa

Ele tem gosto de confusão. Ele some e nunca vem aos poucos. É que não sabe ser pouco. É tanto que transborda e não faz a barba pra não ser menos dele mesmo - no rosto. Na vida. E aquele sorriso manso, sacana, que me lembra o Vadinho da Dona Flor (sim, o Vadinho do Jorge Amado).

Mas o meu Vadinho chega de boné, calça larga e as mãos (que vão me tocar) nos bolsos. O peito indicando a minha direção. Daí viro flor. Dona Flor. Senhora das flores, de pétalas nuas e orvalhadas em plena primavera.

Ele sabe. Ele sente. E me olha como se desafiasse os meus sentidos (e a minha lucidez licenciosa): Vem Nega. Vem desabrochar. Vem beber da minha malandragem e do meu desatino.

Vem, Nega. Vem se entorpecer de mim.
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A música (que não podia ser outra e nem precisava ser tanto, como tudo entre nós) é DISRITMIA, do Martinho da Vila, que o Zeca Baleiro cantou (e encantou):

Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Pra fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir
Seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...

Me deixe
Te trazer num dengo
Pra num cafuné
Fazer os meus apelos...

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...

Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...

Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez!
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PS1: Só obedeço porque quando ele me chama de “nega” emprega um tom e um desejo irresistíveis. É um “nega” com mel. Floresço doce.
Ai, esse olhar infindo... rsrsrsrs

PS2: Lelê, ia falar dos dois. Dos nossos dois. Mas não cabem dois nesse espaço. Depois escrevo mais.

PS3: Toty, que agora além de alma tem voz, pele, osso e Chocolate... rsrsrsrs. Teu abraço (de verdade) foi um presente que eu espero merecer. Beijo enoooooorme!

PS4 (da série “desnecessários”): LICENCIOSO (segundo o Aurélio): Indisciplinado, desregrado. Libertino. Sensual, libidinoso.
Segundo a wikipedia: devasso.
Segundo a Dona Cafuza: que palavra deliciosa. Linda... rsrsrs.

sábado, 6 de junho de 2009

Senhora, não me perdoe.

Peço licença pra contar uma história que não é minha. Uma história que dói em outros corações. Mentira. É um pouco minha também. Só ele é que não é meu.
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Senhora, amo o seu marido. E não tive culpa nem direito à recusa. Ele chegou em seu cavalo branco numa noite seca. Lindo, sem aliança, sem memória, sem perdão. Com sua espada em punho e o desejo de me coroar.

E era só. E a sua solidão cabia no meu peito. E o meu peito cabia em suas mãos. Toda noite eu ansiava, trêmula. Como quem tem fome. Como quem tem sonhos que a vida de repente oferece numa bandeja. Um banquete deslumbrante de desejos, promessas e sensações.

Então ele chegava. E era gula, era sede, era fúria – e alguma paz, que acalmava os fantasmas que vivem embaixo da minha cama. Era amor. Como nunca havia sido. Tanto. Como se os dias fossem apenas intervalos entre os nossos encontros. E as nossas conversas enchiam de luz a madrugada. Éramos sonhos que não queriam amanhecer.

Senhora, lamento informar que ele também me amou. Com outro nome, outros motivos, outros temores. Mas eram exatamente os mesmos olhos. Aqueles que trazem o mar, o céu e a confusão. Morei nos olhos do seu marido.
A casa estava vazia, triste e empoeirada. E eu...

Eu levei flores e canções. Dei de presente a ele os filhos que não tive e todos os beijos que não dei. Aquele abraço, que guardava pro final.

Não me pergunte de agora. Agora a verdade dilacera. A covardia e a ausência dele são os meus soluços e a minha falta de ar.

Senhora, nunca quis o seu lugar. O seu lugar de vítima e de madrasta desse amor. Tenho coroa e meu amor é realeza. Serei rainha, mesmo que de outros reinos. Mesmo que hoje, eu seja a princesa que se apaixonou pelo bobo da corte.

Sim, Senhora. Amo esse bobo que dorme ao seu lado. E não me perdoe, que não me desculpo nem me arrependo. E não a perdôo também, por não amá-lo como eu amo. Desejo que um dia possa encontrar o seu príncipe. E que sinta o que eu senti, mesmo que seja por uma noite.

E eu, que de tantas migalhas me sinto anêmica, vou descansar. Uma longa estrada me espera.

E uma vida inteira, pra descobrir como viver. Senhora, se puder, me conte o seu segredo. Como é possível viver assim, ao lado dele sem ele?

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PS: Amiga, ele não é seu, nem é dela. Talvez não seja nem dele mesmo. Espero que esse tenha sido o seu amor bastardo. E que o legítimo te atropele na próxima esquina. E que seja forte, p/ segurar vc no braço e no abraço. Que seja o teu rei.
E espero ter alcançado as emoções certas p/ tentar dizer tanta coisa. Me perdoe se não fizer sentido. Obrigada por confiar o seu coração às minhas palavras.
A sua história me deu a oportunidade de reviver a minha.

Amo você.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Eu gosto! E vocês?

Minha sobrinha tem quatro anos. Depois do almoço de domingo, me disse: “Tia, vou te contar um segredo”. Já que era um segredo, abaixei pra que ela alcançasse meu ouvido: “Tem um menino na minha escola. Ele se chama Maurício”. E abriu um sorriso que revelou o resto. Mesmo assim, perguntei se ela gostava dele. Ao que ouvi: “Gosto, tia”. E lá vou eu, tia bobona. Quis saber como ele é. E a pequena me respondeu: “Ele é escuro. Bem escuro”.

Ai, que linda... Depois que me recuperei da graça, raciocinei. É assim mesmo, querida. Gostamos deles porque são escuros, claros, coloridos, doces ou sem sal. Porque são lindos ou caolhos, palhaços ou tímidos, sensíveis ou machistas. Gostamos porque são incríveis e gostamos mais ainda quando são imbecis.

A verdade é que gostamos de gostar. E não há mesmo nenhuma diferença entre as mulheres de quatro e as de trinta anos.

Por outro lado, conheço homens de trinta que se relacionam como se tivessem quatro.

Então, estamos quites.
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PS1: Querida irmã e querido cunhado, demorem uns anos p/ contar p/ a Tatá que eu publiquei o seu segredo no blog... rsrsrsrs

PS2: Tinha cinco ou seis anos quando aconteceu o primeiro namorado. Estávamos na pré-escola e eu, que nunca tive muitas habilidades manuais, não conseguia cumprir a missão da aula: fazer uma pipa. Daí, o pestinha da sala me disse: “eu faço pra você, se namorar comigo”. Que abuso!!!! Rsrsrsrs
Passei o resto da aula tentando. Mas, não teve jeito. Aceitei a proposta daquele menino danado e namorar consistia em passear de mãos dadas na hora do recreio.
Até hoje não sei fazer pipas e ainda preciso de ajuda pra escolher o vinho. No resto, me viro bem.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Querer

Quando o ano novo chegou, estávamos juntos. Na mesma roda de abraços, lembranças e promessas. Tínhamos em comum os amigos, a garrafa de champanhe e o mar. Você estava com ela - e eu com ele. Tudo bem. Eu ainda não sabia do teu beijo que devora.

Não conhecia os teus acordes e não sabia com que naturalidade cantaria no palco dos teus olhos. Aliás, até pensei que fosse (só) isso: uma incrível cumplicidade musical. Naquela noite, por opção, eu estava distraída. Mas os teus dedos passeando nas cordas do violão, o teu olhar em mim e o teu sorriso de braço dado com a minha voz... ah, pura provocação.

A música acabou e voltei à minha distração. No final da noite, você dançava sozinho e eu queria dormir, sentada num canto esperando que alguém sugerisse que fôssemos embora. Quando me dei conta, já estava dentro dos teus braços, dançando como se conhecesse o teu corpo com intimidade. Como se aquele não fosse o nosso primeiro beijo. E a música vinha de dentro de nós.

Eu sei, teríamos ficado ali a noite inteira. A vida inteira. Horas e horas experimentando a violência doce dos teus beijos. Os nossos. Os primeiros.

Mas, eu precisava ir embora. Precisava porque às vezes gosto de duvidar dessa alquimia que transforma duplas em casais. Gosto de desafiar o acaso e essa coisa toda que acontece quando o beijo não cabe na boca e envolve o corpo inteiro. Sabe? Quando até as pernas se beijam.

Deixei a noite ir com você. Guardei meu desejo e meu repertório pra outro dia, se houvesse outro dia.
Mas não tive nem um fim de semana inteiro pra raciocinar. Na noite seguinte, lá estava eu: eram quatro milhões de pessoas nas ruas e de repente, você. De repente, nós.

E entendemos que aquele encontro era um presente para ser desembrulhado ali mesmo. Rasgamos juntos a embalagem e os pudores.

Doze horas e milhões de beijos. Acordamos atrasados. Show dos Novos Baianos pra intensificar o que já era fundo.

Mas, preciso te pedir uma coisa. Logo eu, que tenho tanta urgência... quero que tenha calma. Espere a cola secar. Acabei de recolher meus caquinhos do chão e se me beijar com essa força novamente, vou esfarelar.

Me deixe só. Só o suficiente pra respirar, que me falta o fôlego. E saiba que tem que estar de volta antes de a música acabar. Se quiser ficar...

Queira. Fique.

Feliz Ano Novo!
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PS1: Alê, meu querido... fique tranquilo. O firewall do meu sistema estava desatualizado... rsrsrsrs.

PS2: Lelê, mais um texto que eu não teria terminado se não fosse vc, seu coração e as nossas conversas. Ele é lindo, né? Aliás, os dois são lindos. Mas tem que ser mais que isso... rsrsrsrs. Tem que ligar quando diz que vai ligar. E tem que dar frio na barriga do começo ao fim (ai, será que alguém já morreu de frio na barriga?).

PS3: Toty. Toty. Toty. Sei que quanto mais velho, o whisky fica melhor... rsrsrsrs. Mas quero teu abraço de verdade!!! Já que tuas palavras me abraçaram e me comoveram tantas vezes... Ler vc emociona, cura, inspira. Aliás, o Dona Cafuza é efeito colateral do totynix... Vc sabe disso, né? rsrsrsrs.

PS4: Dadá... obrigada pelos teus olhos e o teu coração sobre as minhas palavras. Hoje, descrevendo as minhas emoções lembrei da tua história. O dia em que você dançou com aquele homem que beijou seus dedos com os dele. Aquilo foi um beijo. Lindo. E queria muito ler essa e as outras aventuras da alma com todos os detalhes que vc guarda. Não guarde não! Nos dê de presente... Beijos!