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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sem açúcar

Durante alguns dias, ela esperou que ele voltasse. Desculpando-se pelo descuido e devolvendo-lhe todos os beijos, todos os sins.

Tinha ainda aquela certeza de que faltavam-lhes algumas páginas. Sozinha tudo o que ameaçasse rascunhar seria triste. Seria mudo. Um luto de emoções e pontos de interrogação ecoando no escuro.

Sem os pingos, os Is cambaleavam bêbados ao som de Piaf, deprimindo até as mais convictas exclamações.

Sentir falta dele era a mais medonha de todas as culpas que experimentara. Os dias em preto e branco. A vida indo e vindo, sem açúcar. Sem explicações.
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PS: Estava quietinha, debruçada sobre meus silêncios. Daí, tarde da noite recebi uma mensagem. Tarde da vida. Mas esse texto é em homenagem a outra mensagem. A que não recebi ainda e talvez nunca mais. Mas, se é nunca, como é que pode ser “mais”?

PS2: Dona Bruna, essa é mais uma das Cafuzices que é tão minha quanto sua. Meu presente pra vc, que é tão presente. Privilégio meu tê-la por perto, tão dentro, tão sensível aos arranhões da minha pele e do meu coração. Um brinde à cura, sua missão... meu privilégio.

PS3: Outubro totalmente sem açúcar, mas tô abusando do mel. Novembro de dias doces (e foram só dois)... rsrsrsrs