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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pipoca

Cheguei em casa. E só penso que o coração dela não suportou. Que amor demais dilata as veias, as ruas, a vida. Fica sobrando nos cantos, quebra as calçadas e as condições.

Também não tenho condições. Sou menina mimada, de roupa limpa e comida feita. De amores instantâneos, feito 3 minutos no microondas, pipoca barulhenta que sacia.

Tenho é medo. De não chegar, de não ter ombro que aguente. De não ter sorriso, nem tempo. Tenho é precisão de ser mais. De ter algum motivo que me caiba, que me baste. Que me mantenha acordada e livre.

Que eu pensei que era simples, não fácil. Pensei que era assim, viver e pronto. Sem precisar das outras vidas e de outros porquês.
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PS Definitivo: Ao amigo que me abraçou, desejo que a vida nunca cobre de ti a minha dívida. Que a sua ternura escorra, nua. Que seja um sopro de lucidez na tua (e na minha) alma. Ao que recusou meu abraço, desejo que nunca precise do meu. Que ainda assim, vou dar. Sou das que ama sem pretensão.

PS Triste: Não sei como seguir. Nem sei como haverão dias seguintes. É verdade que não tenho fôlego, nem razão. Exagerada, desesperada. Mas com alguma fé e um anel. Bem longe do que eu pretendia. Indo...

PS da Gigi: Ela tem dois anos. Nem sabe o quanto é bonito quando diz que quer “picoca”. Nem sabe que eu inventaria, se não existisse. Amor demais. Que faz a gente olhar por cima e além. Gigi, ainda bem. Que você existe aqui, bem diante e bem dentro de nós
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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Umedecência

De propósito, não ouvi a voz dele nem a minha. Queria era que outra voz rompesse meus tímpanos e meus anseios. Meus seios. Misturados aos restos de coragem, todos os ímpetos possíveis e impossíveis. Os toques profanos, insanos, que me molhassem alma e o entendimento. Que me deixassem de boca aberta e o coração na mão.

É que eu fiquei sem força, sem fôlego, sem graça. Fiquei sem saber, se era umidade momentânea ou tradição. Se era de merecer a minha insônia ou o meu juízo. Se era coisa de viver, ou de lembrar.

Daí, fiquei quieta feito árvore frutífera e leve. Daquelas que só dizem quando venta, e faz parecer que fala.

É que eu não tinha ainda vocabulário pra aquilo. E de tanto pensar, úmida. Calei.

Que Oxum me proteja do que sinto. Do que calei, por pura falta de reciprocidade.

Do que, eu tanto duvido. E tanto protejo, e tanto discordo. Que amor é assim, amanhece e pronto. Feito vento forte na cara, bagunçando os cabelos e as convicções.
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PS bem desnecessário: Fudeu.

PS 2: Outro dia, outra história, ele queria que eu tomasse um banho de beijos. Se possível. Será que era possível?