tag:blogger.com,1999:blog-48626400769698020302024-02-20T18:36:26.560-03:00Dona CafuzaNada aqui tem a pretensão de fazer sentido. Nem mesmo temporal.
É um espaço dedicado ao haver. Ao exagero. Às emoções. Vivas ou mortas.Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.comBlogger147125tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-1125242127626867652017-08-25T04:23:00.000-03:002017-09-04T11:02:53.261-03:00SepulcroEu deveria ter esquecido, que já faz tanto tempo e tanto vento. Mas, outro dia, tava aqui dançando a nossa música e era outro cara, outro beijo. E foi ele que escolheu a música. Que direito ele tinha, de escolher nossa música?
Daí, ele me beijou tão bem, tão todo, que só no dia seguinte pensei: era nossa música. Mas afinal, você, quem escolheu outra vida, outra pessoa, outros filhos, outros Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-27136044658267790392017-08-05T04:59:00.000-03:002017-08-05T10:11:12.567-03:00VermeEstremeci, até o osso. Foi murro no baço da alma. Bolada no peito, facada nas costas, que eu, bestona, tava distraída na frente. Achando que o que vinha atrás e dos lados era o de menos. Era o de menos. Cuidado danado ao olhar pra frente. Compasso pesado e doído, mas ô caminhada bonita. Bonita assim, dessas em que qualquer flor te distrai. Dessas de fazer vc achar que amor é o suficiente. Que o Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-52321187017065099772017-03-20T01:20:00.001-03:002017-03-20T01:28:18.210-03:00SuperlativoEu tenho aquela sensação escrota de amar você, o tempo – quase – todo. Eu fico reparando no teu lábio superior que, quando se distrai, contempla o céu. Eu fico vendo o quanto teus lábios pendem na minha direção e um milhão de palavras na tua boca são sopros de fumaça perfumada, entorpecente, que enlouqueço mesmo, tragando você. Se pá, nem é isso. Talvez seja só a gravidade. Essa sensação de que,Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-84316059284609105582017-01-20T07:11:00.000-02:002017-01-20T16:36:11.685-02:00EraNão era saudade, nem raiva, nem vestígio do que não fizemos.
Era vazio. Era acordar com a casa cheia de souvenires que contavam minha história, mas cheia de entrelinhas e poeira dele. Menino danado, bom de fazer pó e nenhum sentido.
Nenhum sentido. Que era só eu que sentia, sempre. Esperando que ele entendesse dez anos em três segundos. Minha pressa fudendo tudo. Minha pressa, de ser eu mesma Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-57641309241617607272016-11-15T03:46:00.011-02:002016-11-15T04:14:12.816-02:00AcordeMinha casa, pequena. Como deveria ser, que cabe no peito. Da porta pra sala é um salto que nem percebo, especialmente quando calço nuvens. Na sala, o violão que esqueci de guardar no outro dia, se insinua cheio de curvas e cores.
Ele num sorriso pornográfico e eu, irritada, queria era um pente de balas intermináveis e vidas que se desgastam e se tem de volta num F5.
O espelho me lembra que sou Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-56186768001162031052016-03-11T14:17:00.006-03:002016-03-11T14:20:22.171-03:00CompostagemTirei toda a minha roupa, pra garantir que não haveriam censura nem véus. Pra dizer, finalmente, o tanto, o quanto, de você em mim.
Que outro dia inda era feito meu cabelo preso. Desejozinho guardado no laço, pra desatar depois, como quem espera o Sol. Como quem prende pra não ver cair nos olhos tantos caracóis e tantas possibilidades. Coisa de quem sabe, que solto dá uma dimensão que não se Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-50409192833020307312016-01-16T02:24:00.000-02:002016-01-16T02:24:53.173-02:00NãozinhoNeguinho... Na verdade um ão combinaria muito mais com a tua grandeza, mas por carinho, insisto no inho. Vc nem sabe, mas teu abraço, tua bronca delicada, tua mão pressionando aquele ponto exato da cintura nas minhas costas, me fazendo sentir você inteiro e teus desejos... Tua força me trouxe de volta à mim.
Que eu precisava lembrar quem sou e porquê. Porquês.
Obrigada por dizer. Por favor, Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-2162872826846873132016-01-09T20:17:00.003-02:002016-01-10T19:16:49.285-02:00MordidaConfesso que queria agora derramar meus cabelos no teu peito. Sem creme pra pentear, que condicionador nenhum acalmaria meus fios. Meus tons. Confesso, que meu desejo é uma paz que nunca existiu. Que teu peito nunca foi lugar de descansar. Que tuas horas continuam tão longe, e tão longe das minhas. Nunca soube como é que se contam teus minutos. Nunca soube, se era a tua pressa estilhaçando meus Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-23209765152381474342015-12-14T12:30:00.000-02:002015-12-14T12:40:52.604-02:00(L) amaAmor, eu não tenho as respostas que você precisa. Mas também não confio na natureza das tuas dúvidas. Não sei se você realmente desejava as respostas, ou se foi uma maneira de sair na minha frente, me deixando pra trás com as culpas e a negligência.
Porque, um gole a mais, e eu fiquei com todo o peso no colo. Nos olhos. Na alma.
Como se tivesse caminhado esse tempo todo sozinha, serelepe e Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-42281228916790225912015-09-21T23:32:00.001-03:002015-09-21T23:34:10.774-03:00PrimaverandoCom as flores que me deu, fiz um colar. Vesti você no peito, mas fiz cara de paisagem... Paisagem convidativa, é verdade. Ruas de terra, desertas, estreitas, largas, íngremes. Ladeiras, montanhas, campos vastos. Tinha tudo o que você quisesse. Até uma bola, caso fosse necessário se distrair depois que me beijasse.
Eu, que prometi nem te beijar. Eu, que prometi ser bem mais minha que tua. Eu, queAlê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-58521247022597516282015-08-05T12:38:00.000-03:002015-08-05T12:41:15.058-03:00Leitura LabialNem talvez, nem outro dia, nem “se”. Presta atenção nos meus lábios, que vou dizer só mais uma vez: Não. Não sou intocável, nem frígida, nem casta. Só não quero você e não existe nenhum motivo cósmico, nenhuma conspiração por trás disso.
Eu não quero, baby. Ponto. Coisa chata ficar esmiuçando meus nãos. Coisa chata você continuar agindo como se o meu não querer fosse uma gripe que vai passar. “Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-21396955065137594742015-05-31T15:40:00.000-03:002015-05-31T15:40:59.834-03:00ExorcismoTroquei de perfume, porque não quero que reconheça nada em mim.
Nada aqui te pertence, da minha pele aos meus cabelos ásperos, nem o mais fugaz dos desejos. Nem aquela pontinha de loucura, que faz a gente passar reto na curva depois de algumas doses. Que faz a gente dar o beijo que não devia. Nada é seu. Nada, neguinho.
Não ouse me tocar. Nem cumprimentar, nem agradecer. Não ouse me guardar noAlê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-21169474937058879652015-03-17T13:01:00.000-03:002015-03-17T13:02:07.362-03:00HiatoEu tinha na ponta da língua aquela calmaria que, só sente o gosto, quem fez a coisa certa na hora errada.
De horas erradas eram feitos meus relógios e meu horário de verão tinha mais estrelas que sol.
O sol era aquele cara chato, queimando minha pele, fazendo arder as confusões. Deixando o ar espesso, quase intragável. Quase impossível.
Impossível era ser eu, escorrendo tanta lua. Esperando osAlê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-82854385057019539812014-12-24T00:06:00.002-02:002014-12-24T00:07:57.832-02:00NheengatúAcordei inteira. Mas, teu nome me achou, enquanto lia uma notícia. Era notícia boa, mas deixou de ser, porque teu nome ali era uma afronta. Ali ou em qualquer lugar, teria sido o mesmo gole seco – como se a boca, cheia de farinha, cansasse de mastigar.
Não consigo mais ser boa. Daquelas que, deseja o bem, o bom, o banquete. Eu desejo é que você desapareça das linhas que leio, das cervejas onde Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-42933835783259994232014-12-08T00:25:00.001-02:002014-12-08T10:46:34.592-02:00AindaSentir tua falta não é o maior dos meus problemas. Nem de longe. De perto, é quase um buraco que se abriu no peito e eu acostumei, passiva. Esse buraco dá até uma cadência, quando pulo pra não cair. Quando esqueço que olhar pode ser o fim, pode ser aquele passo não dado, daquele samba que insiste em tocar.
Eu, que quase não sambo, de medo e respeito. Medo danado que alguém me olhe como você. Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-61702651156860705192014-11-11T06:48:00.000-02:002014-11-11T20:37:11.596-02:00Sete SaiasEu poderia colocar a culpa nesse pernilongo, que me perturbou até acordar todos os meus pensamentos – incluindo os que têm a tua cor.
Também poderia atribuir a culpa à bebida. Especialmente aquela última dose, aquele último gole, que chegou quando já era previsto que transbordaríamos.
Outra que bateria no peito essa culpa, orgulhosa, é a minha Lebara, que enquanto eu luto por um pouco de Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-30472233191869466352014-10-25T01:02:00.000-02:002014-11-11T20:38:03.085-02:00CircunflexoEu acho, que não acho o que sinto. De repente porque me tomou de um jeito que é maior do que posso ver, ainda que sinta, inteira. Perdi de propósito, que cócegas são mais possíveis (e passíveis) que essa sensação de pertencimento.
Pé, mão, fios e acordes. De tudo o que amo, ele está norteando, sambando, vacilando. Oscilando tão presente, tão mais dele que meu. Ele venta forte, mas em cada curva Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-92047246833067888942014-10-17T03:07:00.000-03:002014-11-11T20:39:07.064-02:00PrenúncioFiquei pensando que você caberia exatamente no vão entre as minhas pernas. Entre meus devaneios e sorrisos bobos, minhas loucuras mais sutis.
Deixei que fosse embora, só pra sentir o gosto da tua falta e fazer algum drama e poesia. Que era noite de dançar com teu cheiro nos meus cabelos. Você, sem querer, no meu peito. Querendo tanto meus segredos, meus caminhos intocáveis. Minhas ruas escuras eAlê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-14390001169375651632014-07-26T04:50:00.000-03:002014-11-11T20:39:17.766-02:00Cama de GatoNo céu da minha boca, cintilam estrelas pra cada um dos meus pecados. Uns brilham mais que os outros, e todos têm um quê não de saciedade, mas de gula. Que vivo mesmo gulosa, cheia de vontades e caprichos. Me dou. Me dôo. Encho a boca e a alma do que, na ponta da língua, me faz bem. E nem sempre o bem dura tanto. Por vezes vem aquele fim amargo, prazer de licor que no último gole, assusta. De Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-21651928499891067002014-07-05T12:44:00.002-03:002014-11-11T20:39:54.141-02:00VarzeandoÉ possível que o Brasil passe da Alemanha e alcance a final. Mas, nós dois, com essa bola murcha e dividida, ficaremos aqui mesmo, nas quartas. Zero a zero sofrido, juiz cego, manco e sem mãe.
O cara veio descalço, craque de várzea quase indo pro brejo. E eu esperando golaço, com coreografia e coração. Padrão FIFA.
Nem ordem, nem progresso, nem paciência pra prorrogação. E não me venha Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-60137088807814973162014-06-21T04:38:00.001-03:002014-11-11T20:41:16.675-02:00HimenoplastiaAmar você, ficava sempre pelos cantos. E meu canto era sempre uma súplica, uma confissão calada. De quem tem palavras e não coragem no peito. Ah, peito quase murcho de tanta inércia. Que ainda assim, excitava-se com as pequenas possibilidades no canto da boca, com o jeito que me olha fingindo não perceber.
Prefiro tanto quando finge. Daí, me protejo do que faríamos juntos. Do que seríamos se Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-90700122467897212152014-06-13T04:22:00.000-03:002014-11-11T20:41:38.831-02:00DeleEu não queria dormir, mas precisava. Que era a maneira mais provável de calar os poros e as emoções. O desejo gritava. Aquela certeza insana. O susto, de serem só meus cabelos roçando nos seios e não ele. E não ele – ainda.
Que é que se cala num corpo cheio de dúvidas e vírgulas? Que é que se exala, se não todos os sins?
E o sim era prenúncio do inferno. E era preciso admitir, ali nua, que Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-55633878581635392782014-05-28T07:41:00.001-03:002014-11-11T20:44:22.474-02:00PipocaCheguei em casa. E só penso que o coração dela não suportou. Que amor demais dilata as veias, as ruas, a vida. Fica sobrando nos cantos, quebra as calçadas e as condições.
Também não tenho condições. Sou menina mimada, de roupa limpa e comida feita. De amores instantâneos, feito 3 minutos no microondas, pipoca barulhenta que sacia.
Tenho é medo. De não chegar, de não ter ombro que aguente. De Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-38098399387665448562014-05-15T05:22:00.000-03:002014-11-11T20:44:31.281-02:00UmedecênciaDe propósito, não ouvi a voz dele nem a minha. Queria era que outra voz rompesse meus tímpanos e meus anseios. Meus seios. Misturados aos restos de coragem, todos os ímpetos possíveis e impossíveis. Os toques profanos, insanos, que me molhassem alma e o entendimento. Que me deixassem de boca aberta e o coração na mão.
É que eu fiquei sem força, sem fôlego, sem graça. Fiquei sem saber, se era Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4862640076969802030.post-2181790080214262792014-04-24T00:09:00.000-03:002014-04-24T11:02:40.525-03:00CalabouçoNão era dor dessas que um ombro amigo suporta. Era de quebrar os ossos e as convicções. Era de estragar o sangue e os sonhos, envenenar a alma e o ar.
Era mesmo de soluçar, não de esquecer. De sentar sozinha na beira do mar e chorar feito criança. Cicatriz antiga, contornada de rugas e cílios brancos. De vez em quando voltava a sangrar. Todo mês. Todo mês há 15 anos.
Não que eu tenha me Alê Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/03382375003724548877noreply@blogger.com2