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terça-feira, 26 de maio de 2009

O Querer

Quando o ano novo chegou, estávamos juntos. Na mesma roda de abraços, lembranças e promessas. Tínhamos em comum os amigos, a garrafa de champanhe e o mar. Você estava com ela - e eu com ele. Tudo bem. Eu ainda não sabia do teu beijo que devora.

Não conhecia os teus acordes e não sabia com que naturalidade cantaria no palco dos teus olhos. Aliás, até pensei que fosse (só) isso: uma incrível cumplicidade musical. Naquela noite, por opção, eu estava distraída. Mas os teus dedos passeando nas cordas do violão, o teu olhar em mim e o teu sorriso de braço dado com a minha voz... ah, pura provocação.

A música acabou e voltei à minha distração. No final da noite, você dançava sozinho e eu queria dormir, sentada num canto esperando que alguém sugerisse que fôssemos embora. Quando me dei conta, já estava dentro dos teus braços, dançando como se conhecesse o teu corpo com intimidade. Como se aquele não fosse o nosso primeiro beijo. E a música vinha de dentro de nós.

Eu sei, teríamos ficado ali a noite inteira. A vida inteira. Horas e horas experimentando a violência doce dos teus beijos. Os nossos. Os primeiros.

Mas, eu precisava ir embora. Precisava porque às vezes gosto de duvidar dessa alquimia que transforma duplas em casais. Gosto de desafiar o acaso e essa coisa toda que acontece quando o beijo não cabe na boca e envolve o corpo inteiro. Sabe? Quando até as pernas se beijam.

Deixei a noite ir com você. Guardei meu desejo e meu repertório pra outro dia, se houvesse outro dia.
Mas não tive nem um fim de semana inteiro pra raciocinar. Na noite seguinte, lá estava eu: eram quatro milhões de pessoas nas ruas e de repente, você. De repente, nós.

E entendemos que aquele encontro era um presente para ser desembrulhado ali mesmo. Rasgamos juntos a embalagem e os pudores.

Doze horas e milhões de beijos. Acordamos atrasados. Show dos Novos Baianos pra intensificar o que já era fundo.

Mas, preciso te pedir uma coisa. Logo eu, que tenho tanta urgência... quero que tenha calma. Espere a cola secar. Acabei de recolher meus caquinhos do chão e se me beijar com essa força novamente, vou esfarelar.

Me deixe só. Só o suficiente pra respirar, que me falta o fôlego. E saiba que tem que estar de volta antes de a música acabar. Se quiser ficar...

Queira. Fique.

Feliz Ano Novo!
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PS1: Alê, meu querido... fique tranquilo. O firewall do meu sistema estava desatualizado... rsrsrsrs.

PS2: Lelê, mais um texto que eu não teria terminado se não fosse vc, seu coração e as nossas conversas. Ele é lindo, né? Aliás, os dois são lindos. Mas tem que ser mais que isso... rsrsrsrs. Tem que ligar quando diz que vai ligar. E tem que dar frio na barriga do começo ao fim (ai, será que alguém já morreu de frio na barriga?).

PS3: Toty. Toty. Toty. Sei que quanto mais velho, o whisky fica melhor... rsrsrsrs. Mas quero teu abraço de verdade!!! Já que tuas palavras me abraçaram e me comoveram tantas vezes... Ler vc emociona, cura, inspira. Aliás, o Dona Cafuza é efeito colateral do totynix... Vc sabe disso, né? rsrsrsrs.

PS4: Dadá... obrigada pelos teus olhos e o teu coração sobre as minhas palavras. Hoje, descrevendo as minhas emoções lembrei da tua história. O dia em que você dançou com aquele homem que beijou seus dedos com os dele. Aquilo foi um beijo. Lindo. E queria muito ler essa e as outras aventuras da alma com todos os detalhes que vc guarda. Não guarde não! Nos dê de presente... Beijos!

4 comentários:

TOTYNIX disse...

Linda. Lindo! Feliz em te inspirar. O inverso também é verdadeiro. Acho que no fundo, nosso caminho é o mesmo. A mesma estrada confusa. Sentimentos a flor da pele. Palavras, nas pontas dos dedos. E nossos corações sempre a espera. A espera do próximo sorriso. Do próximo beijo. Da próxima página. Do abraço de verdade...rs Beijos!!!!

Unknown disse...

Tantos encontros e desencontros em versos...
Que sentido teriam os desencontros se não fossem eles o adubo para os versos???
Só restaria a dor... e dor por dor o universo está cheio... já a poesia... ahhh... a poesia... a poesia nos edifica e até deixa nobre a nossa dor!
Aguarde um pouco mais Alê... de repente... quando vier à tona... é... acho que será assim... de repente!
beijos,

Anônimo disse...

Lelê...sempre, sempre, sempre,vc já sabe né?...rsrsrs...mais uma vez,escreva um livro, por favor, ficou lindo d+,maravilhoso, perfeito como sempre...qto ao frio na barriga...pode ter certeza, que já morremos várias vezes e sempre renascemos, mais animadas ainda e querendo é mais...te amo muito cabecinha gorda versão nega maluca...rsrsrs bjão

Anônimo disse...

Acho que deverias publicar teus devaneios e mágicas palavras.
São tão suas, são tão vc!!!