Ele disse não. Era o que tinha. Um “não” nervoso, hesitante, excitado. Mas, se era o que tinha...
Não. E foi embora como se pudesse correr das chamas. Ela era fogo e era ele quem ardia naquela lareira de nãos.
Então, correu mais. Quem sabe em casa estaria a salvo. Quem sabe as paredes brandas do seu quarto o pudessem proteger de todo aquele desejo.
Não queria pensar na pele dela. Não queria precisar. Queria concreto. Queria o controle. Queria não ser ele mesmo assim, inflamável.
Chegou em casa e ainda queimava. Tomou um banho e sonhou com ela. Não sabia o que fazer e acordou antes que pudesse experimentar.
O que sabia era que ela era fogo. E que cabia nos seus braços como ninguém. E que viria – mesmo que num sonho. Porque ela era mulher de vir.
Então sorriu de saudade – e de medo. Mas havia amanhecido e na boca, aquele gosto de “sim”.
_____________________________________________________________
PS: E lá vem ele cheio de sins. E ela, mergulhada nos nãos. Depois eles invertem: ele diz não e ela diz sim. Juntos, eles se borram de confusão e projetam um “talvez”.
PS2: Kenny, eu nem te agradeci o suficiente. E nunca vou poder. Pelas palavras (as ditas e as tão bem escritas), pela presença, pela paciência, pela confiança, pelo amor. Mas é isso: amor não se agradece, amor se ama e pronto.
PS3: Eu ganhei de presente duas leitoras que tem música e poesia até nos nomes: Gabrielas. As duas escrevem. Aliás, se escrevem. E uma delas estava aqui ao lado... mas nunca havíamos nos olhado assim, de perto. E de tão perto, descobrimos uma ferida igual. E da ferida, as dores, e os caminhos que cada uma escolheu pra curar. E sinto que juntas temos algo a perceber. Nas entrelinhas que são tão cheias de nós. E nós.
E agradeço as duas. Gabis, sejam bem-vindas e muito obrigada!
PS do Lê: Difícil dizer. Difícil escrever. Então, vamos brincar? Com a música que você me deu de presente (emprestada do Chico... rsrsrs). Vamos? Você toca e eu canto, ou cantamos os dois. A mais bonita. Será que eu vou saber levar? Todos os desejos, todos os segredos, toda a poesia? Obrigada.
Nada aqui tem a pretensão de fazer sentido. Nem mesmo temporal. É um espaço dedicado ao haver. Ao exagero. Às emoções. Vivas ou mortas.
(...)
sábado, 30 de janeiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Rebeldia melíflua
Desci do carro e a chuva era a senhora da noite. Viúva, forte, ostensiva. Tinha algum cheiro de vingança naquela dominação, naquela abundância. A chuva era mulher traída lavando almas, prédios e ruas. Fazendo com que todos corressem mudando seus caminhos – mudando suas vidas.
Eu respeitei. Não corri. Deixei até que ela lavasse sua dor em mim. E medimos força. Medimos sonhos. Abrimos inventários de amor e distrações. Trocamos figurinhas, sem completar álbum algum.
Sentei - molhada. De uma umidade que vinha de dentro e era quase emoção mofando. Era uma cultura de microorganismos deixando rouca a minha voz. Era cinema mudo.
Pedi uma cerveja. A mais forte, que não gosto mesmo de nenhum tipo de leveza. Nenhum gosto ameno merece minha atenção. Minha atenção é cara, embora não tenha preço e percebam-se algumas concessões.
O fato é que eu estava sozinha e as meninas demorariam. O garçom me emprestou uma caneta e eu tive raiva da sua gentileza. Não gosto de pessoas gentis. Corrigindo: não gosto de pessoas comercialmente gentis.
Gosto de pessoas de verdade. Dessas que têm suas gentilezas ou dissabores remunerados pela própria vida. Gosto de reler a minha (vida) e rir. Gosto de sentir essa dúvida que muda de cor. De perceber o olhar intrigado do homem na mesa ao lado pensando: o que será que ela tanto escreve?
Se nem eu sei.
(...) Voltei. O banheiro tem um cheiro doce que contrasta com a minha acidez. E é mais um tipo de doçura comercial. Que quando o ser humano pode mesmo ser, de graça, doce... não é. E o que se vê é uma doçura institucional.
E eu mesma hoje, tão sem açúcar. Instintiva, animal – sem moral. Vou pagar a conta que ainda me resta um tanto de civilidade. Mas, a caneta não devolvo, que gostei do jeito como escorrega. Gostei do jeito como desenha minhas palavras.
Preenchendo o papel de uma maciez que amarga.
_________________________________________________
PS: Meninas, vocês demoraram mesmo... olhem o quanto eu escrevi, no bloco onde o garçom anotava os pedidos! Rsrsrsrs. Ah, no final devolvi a caneta. Na falta de açúcar raspei o tacho de mel.
PS2: Aos que gostam de ler o amor por aqui, me perdoem. Lembro do pseudo-nome da minha ex-banda (que a minha cunhada vive repetindo e ainda ri): "É o que temos para hoje"... rsrsrsrs
Eu respeitei. Não corri. Deixei até que ela lavasse sua dor em mim. E medimos força. Medimos sonhos. Abrimos inventários de amor e distrações. Trocamos figurinhas, sem completar álbum algum.
Sentei - molhada. De uma umidade que vinha de dentro e era quase emoção mofando. Era uma cultura de microorganismos deixando rouca a minha voz. Era cinema mudo.
Pedi uma cerveja. A mais forte, que não gosto mesmo de nenhum tipo de leveza. Nenhum gosto ameno merece minha atenção. Minha atenção é cara, embora não tenha preço e percebam-se algumas concessões.
O fato é que eu estava sozinha e as meninas demorariam. O garçom me emprestou uma caneta e eu tive raiva da sua gentileza. Não gosto de pessoas gentis. Corrigindo: não gosto de pessoas comercialmente gentis.
Gosto de pessoas de verdade. Dessas que têm suas gentilezas ou dissabores remunerados pela própria vida. Gosto de reler a minha (vida) e rir. Gosto de sentir essa dúvida que muda de cor. De perceber o olhar intrigado do homem na mesa ao lado pensando: o que será que ela tanto escreve?
Se nem eu sei.
(...) Voltei. O banheiro tem um cheiro doce que contrasta com a minha acidez. E é mais um tipo de doçura comercial. Que quando o ser humano pode mesmo ser, de graça, doce... não é. E o que se vê é uma doçura institucional.
E eu mesma hoje, tão sem açúcar. Instintiva, animal – sem moral. Vou pagar a conta que ainda me resta um tanto de civilidade. Mas, a caneta não devolvo, que gostei do jeito como escorrega. Gostei do jeito como desenha minhas palavras.
Preenchendo o papel de uma maciez que amarga.
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PS: Meninas, vocês demoraram mesmo... olhem o quanto eu escrevi, no bloco onde o garçom anotava os pedidos! Rsrsrsrs. Ah, no final devolvi a caneta. Na falta de açúcar raspei o tacho de mel.
PS2: Aos que gostam de ler o amor por aqui, me perdoem. Lembro do pseudo-nome da minha ex-banda (que a minha cunhada vive repetindo e ainda ri): "É o que temos para hoje"... rsrsrsrs
sábado, 16 de janeiro de 2010
Ele Lê
O Sol invadiu aquele quarto que nem era dela. Não queria ir trabalhar. Queria viver de literatura, de música – de amor. Havia chorado. O rosto, de tão largo, parecia que eram dois. A alma parecia que era nenhuma.
Tomou um banho pra acordar a coragem. Vestiu a fantasia de aprendiz de executiva e foi. O ar condicionado do escritório lhe fazia mal. O calor lá fora, também lhe fazia mal. Queria que as pessoas desejassem um bom dia como se fossem palavras mágicas. Abracadabra. Ela precisava tanto de um bom dia...
O mundo cãoporativo latia. E ela só queria sorrir. Na caixa de entrada, eram duzentos e-mails chegando. Antes de se entregar à labuta, se permitiu uns minutos de Lado B. Quis ser um pouco dela mesma, acessando seu e-mail pessoal. E foi aí que sorriu, inteira.
Ele havia escrito. Pra ela. E era a primeira vez que aquelas palavras a tocariam com o deleite de alguma privacidade, pincelando um merecimento que ela nem conhecia. Era poesia particular. Era ele, por trás do que lera. Em suas confissões literárias, em sua cumplicidade. Derramando algum tipo de intimidade que só em versos se vê. E se Lê.
E se também a lia, era nua. Lúbrica. Grosseira. Dramática. Era lida e era toda. Não se tinha mais o que fazer.
Estava escrito. E agora, ele era um pouco dela. E ela, que era sempre um pouco dele, por hora era mais.
____________________________________________________
PS: Lê e Lê. Respeito o seu silêncio quando lê. Mas, respeito ainda mais as suas palavras...
"Poesia pega, ô se pega. É transmissível a beijos devassos. A olhares maliciosos. Não passa na Sessão da Tarde. Poesia não é popular. É risco de vida."(http://anjomalandro.blogspot.com)
Sim, respiro você desde então. Porque a minha coleção de beijos devassos foi, finalmente, significada. Porque eu tento há anos dizer e você chega com essa malandragem angelical e diz - em poucas e certeiras palavras.
Obrigada! Por essa e por outras felicidades. É isso. Ler você é uma felicidade...
Tomou um banho pra acordar a coragem. Vestiu a fantasia de aprendiz de executiva e foi. O ar condicionado do escritório lhe fazia mal. O calor lá fora, também lhe fazia mal. Queria que as pessoas desejassem um bom dia como se fossem palavras mágicas. Abracadabra. Ela precisava tanto de um bom dia...
O mundo cãoporativo latia. E ela só queria sorrir. Na caixa de entrada, eram duzentos e-mails chegando. Antes de se entregar à labuta, se permitiu uns minutos de Lado B. Quis ser um pouco dela mesma, acessando seu e-mail pessoal. E foi aí que sorriu, inteira.
Ele havia escrito. Pra ela. E era a primeira vez que aquelas palavras a tocariam com o deleite de alguma privacidade, pincelando um merecimento que ela nem conhecia. Era poesia particular. Era ele, por trás do que lera. Em suas confissões literárias, em sua cumplicidade. Derramando algum tipo de intimidade que só em versos se vê. E se Lê.
E se também a lia, era nua. Lúbrica. Grosseira. Dramática. Era lida e era toda. Não se tinha mais o que fazer.
Estava escrito. E agora, ele era um pouco dela. E ela, que era sempre um pouco dele, por hora era mais.
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PS: Lê e Lê. Respeito o seu silêncio quando lê. Mas, respeito ainda mais as suas palavras...
"Poesia pega, ô se pega. É transmissível a beijos devassos. A olhares maliciosos. Não passa na Sessão da Tarde. Poesia não é popular. É risco de vida."(http://anjomalandro.blogspot.com)
Sim, respiro você desde então. Porque a minha coleção de beijos devassos foi, finalmente, significada. Porque eu tento há anos dizer e você chega com essa malandragem angelical e diz - em poucas e certeiras palavras.
Obrigada! Por essa e por outras felicidades. É isso. Ler você é uma felicidade...
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Mais alguém?
Meu amor agora é popular. Qualquer uma que quiser, pode chegar. As que não quiserem também podem. Que ele agenda. Ele espera. Ele faz um pacote de quatro dias e o pagamento pode ser em suaves prestações. O pacote inclui a champanhe e o passeio de mãos dadas pela orla.
Meu amor agora é popular. Pague meio e leve dois. Ele não tem mais nada a perder – que já perdeu o que tinha. Ele é doce. Ele canta. Mas, não sabe a diferença entre exclusividade e prioridade. Não sabe a diferença entre ser ele mesmo e ser o que inventaram dele mesmo – e o que poderia ser.
Meu amor agora é popular. Avalia contra propostas, experimenta moedas e mentiras. Acumula cunhados, cidades e etnias.
Meu amor agora é popular. Na quarta-feira tem promoção. No fim de semana, confusão. Pra qualquer uma, pra quem quiser experimentar.
Mais alguém? Mais alguém se interessa? Aproveitem! O homem que eu amo está na hora da xepa.
__________________________________________________________
PS: Ah, a popularidade me deprime. É como aquela música linda que a Roberta Sá gravou, mas que eu não quero mais porque virou tema de novela.
Aliás, qualquer dia ele (sim, ele mesmo) faz uma propaganda no intervalo da novela das oito. De tão popular.
Ainda bem que eu cheguei bem no início da feira. E fui embora antes da hora da xepa.
E a música (linda - mas estragada pela popularidade) é essa:
Mais Alguém
Roberta Sá
Composição: Moreno Veloso e Quito Ribeiro
Não sei se é certo pra você
Mas por aqui já deu pra ver
Mesmo espalhados ao redor
Meus passos seguem um rumo só.
E num hotel lá no Japão
Vi o amor vencer o tédio
Por isso a hora é de vibrar
Mais um romance tem remédio
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha.
O amor é um descanso
Quando a gente quer ir lá
Não há perigo no mundo
Que te impeça de chegar.
Caminhando sem receio
Vou brincar no seu jardim
De virada desço o queixo
E rio amarelo.
Agora é hora de vibrar
Mais um romance tem remédio
Vou viajar lá longe tem
O coração de mais alguém.
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha.
Meu amor agora é popular. Pague meio e leve dois. Ele não tem mais nada a perder – que já perdeu o que tinha. Ele é doce. Ele canta. Mas, não sabe a diferença entre exclusividade e prioridade. Não sabe a diferença entre ser ele mesmo e ser o que inventaram dele mesmo – e o que poderia ser.
Meu amor agora é popular. Avalia contra propostas, experimenta moedas e mentiras. Acumula cunhados, cidades e etnias.
Meu amor agora é popular. Na quarta-feira tem promoção. No fim de semana, confusão. Pra qualquer uma, pra quem quiser experimentar.
Mais alguém? Mais alguém se interessa? Aproveitem! O homem que eu amo está na hora da xepa.
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PS: Ah, a popularidade me deprime. É como aquela música linda que a Roberta Sá gravou, mas que eu não quero mais porque virou tema de novela.
Aliás, qualquer dia ele (sim, ele mesmo) faz uma propaganda no intervalo da novela das oito. De tão popular.
Ainda bem que eu cheguei bem no início da feira. E fui embora antes da hora da xepa.
E a música (linda - mas estragada pela popularidade) é essa:
Mais Alguém
Roberta Sá
Composição: Moreno Veloso e Quito Ribeiro
Não sei se é certo pra você
Mas por aqui já deu pra ver
Mesmo espalhados ao redor
Meus passos seguem um rumo só.
E num hotel lá no Japão
Vi o amor vencer o tédio
Por isso a hora é de vibrar
Mais um romance tem remédio
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha.
O amor é um descanso
Quando a gente quer ir lá
Não há perigo no mundo
Que te impeça de chegar.
Caminhando sem receio
Vou brincar no seu jardim
De virada desço o queixo
E rio amarelo.
Agora é hora de vibrar
Mais um romance tem remédio
Vou viajar lá longe tem
O coração de mais alguém.
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha
Não deixe idéia de não ou talvez
Que talvez atrapalha.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Gotículas
Fui me buscar. Estava lá, como a criança que os pais esqueceram na porta da escola. Quase chorando. Quase morrendo. Com um medo danado de não resistir. E de não existir.
Me levei pra passear. De presente, dois livros novos da Clarice e um vestido. Que a minha alma inteira queria se vestir de alguma novidade. Uma que fosse só inspiração e páginas em branco.
Lembrei que era aniversário dele. Entre ligar e não ligar, liguei. E rimos. Contamos. Brincamos de pega-pega com tudo o que havíamos sentido - antes.
Mas, hoje era depois. Eu era depois. E de repente, precisava saber o que seria daquele abraço, aquele que ficou guardado, amargo.
Cheguei e pressenti a dúvida. Ouvi alguém dizer que eu era o presente dele. Não era. Eu era o passado. Eu era o futuro que não veio. As gotículas de confusão, que ele beijou.
E ele quis morar em mim. Quis que eu ficasse, que eu entendesse, que o perdoasse (que ele mesmo não era capaz). Mas o cheiro dele mudou. Ou fui eu que mudei. Ou foi ele – que irremediavelmente me perdeu.
Ah, não sei. Aquele beijo riu das nossas certezas. Era a própria contemplação do susto. O desejo assustado que sobrevive aos desencontros. Um desejo que duvida de si mesmo. Eu, duvidando de nós dois.
Sem mais nem menos, era isso. Eu voltando a ser minha. Sem paciência. Sem música. Sem paixão.
___________________________________________________
PS: Tenha cuidado. Não quero machucar a saudade que sentiu e o trono que me deu. Te ofereço as minhas verdades e elas são pontiagudas. Elas sangram. E por hora, meus beijos são mornos e sem dias seguintes. Dias seguintes não me comovem mais. Meu coração está longe. Cheio de pontos, pontes e interrogações. As gotículas de suor no meu nariz são as mesmas. Mas eu... nunca mais fui aquela. Nunca mais fui a mesma.
Me levei pra passear. De presente, dois livros novos da Clarice e um vestido. Que a minha alma inteira queria se vestir de alguma novidade. Uma que fosse só inspiração e páginas em branco.
Lembrei que era aniversário dele. Entre ligar e não ligar, liguei. E rimos. Contamos. Brincamos de pega-pega com tudo o que havíamos sentido - antes.
Mas, hoje era depois. Eu era depois. E de repente, precisava saber o que seria daquele abraço, aquele que ficou guardado, amargo.
Cheguei e pressenti a dúvida. Ouvi alguém dizer que eu era o presente dele. Não era. Eu era o passado. Eu era o futuro que não veio. As gotículas de confusão, que ele beijou.
E ele quis morar em mim. Quis que eu ficasse, que eu entendesse, que o perdoasse (que ele mesmo não era capaz). Mas o cheiro dele mudou. Ou fui eu que mudei. Ou foi ele – que irremediavelmente me perdeu.
Ah, não sei. Aquele beijo riu das nossas certezas. Era a própria contemplação do susto. O desejo assustado que sobrevive aos desencontros. Um desejo que duvida de si mesmo. Eu, duvidando de nós dois.
Sem mais nem menos, era isso. Eu voltando a ser minha. Sem paciência. Sem música. Sem paixão.
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PS: Tenha cuidado. Não quero machucar a saudade que sentiu e o trono que me deu. Te ofereço as minhas verdades e elas são pontiagudas. Elas sangram. E por hora, meus beijos são mornos e sem dias seguintes. Dias seguintes não me comovem mais. Meu coração está longe. Cheio de pontos, pontes e interrogações. As gotículas de suor no meu nariz são as mesmas. Mas eu... nunca mais fui aquela. Nunca mais fui a mesma.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Achados e perdidos
O que sinto não tem nome. Quisera também não tivesse dono e fosse o fel de alguma história contada – e não vivida. Mas é meu. É no meu peito e não em outro que borbulha. Na minha fé que se derrama esse licor acidulado. Essas palavras não ditas. Malditas.
Malditas as 25 declarações da Dona Cafuza, que me emprestou a realeza e a poesia pra dizer de você. Malditas as duas vezes que a Dona Alessandra disse, pessoalmente e só.
Agora, uma culpa a outra. E eu, culpo você.
Por ser assim, tão capaz de desconsiderar. Por ser capaz de não dizer. E ainda pedir que outros também não digam, fiéis a você e ao seu mundo de papel.
Aprendeu a mentir. Direitinho. Parabéns. O que vai fazer com tudo isso agora? O que vai fazer com nada disso, que ficou?
Eu vou tomar um banho de sol e estarei pronta antes que o outro dia amanheça. E você?
Você, tem os amigos e os amores que merece. De sobremesa, um gole de hipocrisia e uma fatia de bolo de maracujá. Pra acalmá-lo de si mesmo e do que falta. A cobertura é de mentira e a cereja é de chuchu. Nada cairia tão bem. Nada mereceria tanto.
Cuidado pra não engordar. De tristeza e da coleção de nãos.
______________________________________________________
PS: Pronto. Saldo final: Você ganhou meu amor e desamor, 26 crônicas, 2 declarações reais e algumas dívidas com a natureza. Porque, aqui se faz e aqui se paga. Aqui também se vive. E eu... algumas noites frustradas de sono e alguns sonhos (quase pesadelos) a mais. E, infelizmente, ainda perdi a confiança e o respeito por alguém que estava entre meus mais importantes amigos.
No mais, a verdade tem gosto de fel: o homem que eu amo nem existe. Se nem existe, não demora a se desfazer a personagem que eu mesma construí. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.
"Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos." (Clarice Lispector)
Malditas as 25 declarações da Dona Cafuza, que me emprestou a realeza e a poesia pra dizer de você. Malditas as duas vezes que a Dona Alessandra disse, pessoalmente e só.
Agora, uma culpa a outra. E eu, culpo você.
Por ser assim, tão capaz de desconsiderar. Por ser capaz de não dizer. E ainda pedir que outros também não digam, fiéis a você e ao seu mundo de papel.
Aprendeu a mentir. Direitinho. Parabéns. O que vai fazer com tudo isso agora? O que vai fazer com nada disso, que ficou?
Eu vou tomar um banho de sol e estarei pronta antes que o outro dia amanheça. E você?
Você, tem os amigos e os amores que merece. De sobremesa, um gole de hipocrisia e uma fatia de bolo de maracujá. Pra acalmá-lo de si mesmo e do que falta. A cobertura é de mentira e a cereja é de chuchu. Nada cairia tão bem. Nada mereceria tanto.
Cuidado pra não engordar. De tristeza e da coleção de nãos.
______________________________________________________
PS: Pronto. Saldo final: Você ganhou meu amor e desamor, 26 crônicas, 2 declarações reais e algumas dívidas com a natureza. Porque, aqui se faz e aqui se paga. Aqui também se vive. E eu... algumas noites frustradas de sono e alguns sonhos (quase pesadelos) a mais. E, infelizmente, ainda perdi a confiança e o respeito por alguém que estava entre meus mais importantes amigos.
No mais, a verdade tem gosto de fel: o homem que eu amo nem existe. Se nem existe, não demora a se desfazer a personagem que eu mesma construí. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.
"Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos." (Clarice Lispector)
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Desejo
Que 2010 seja pouco. Que sejam dias novos de velhos sonhos. Que sejam as horas mais essenciais das nossas vidas. E que sejam todas.
Todas as nossas horas de emoções imundas e humanas. É que cansei de endossar o coro dos que vivem lavando a alma (especialmente as mulheres... os homens são mais práticos e mais relaxados até na criticidade emocional). É hora de se sujar! Viva o amor obsceno, vivam as verdades declaradas e todas as suas complicações.
Amor é lama. É a mistura da terra com a água, do bem e do mal, do sim e do não. E que 2010 seja pouco pra limpar. E que as nossas barracas resistam à chuva e aos vendavais. Que o nosso cantil esteja cheio. E o coração... ah, o coração. Desejo saúde às nossas artérias. Que elas possam livremente conduzir o sangue a todas as partes do nosso corpo. E que não falte fôlego às nossas almas nem tinta nos nossos pincéis.
Que brotem no mundo amores como o da Fá Fioretti e do Shira, da Gih e do Dimas, da Vivi e do Marcelinho. Desses amores que não têm hora nem razão.
Esses, que significam as palavras e subestimam todas as previsões.
Aliás, que seja um ano sem previsões. Que horóscopos e oráculos virem piada. E que o mundo inteiro viva uma epidemia de emoções. Dessas que não deixam ninguém de pé.
Ninguém.
E que 2010 seja pouco, pra tanto.
______________________________________________________
PS: Inspirem-se no amor da Fá Fioretti: http://devoradoradehistorias.blogspot.com/2009/12/o-homem-que-eu-amo.html
É o meu melhor exemplo de desejo para 2010. Amores reais, pessoas reais, felicidade real.
Mais amor e menos planos. Menos BBBs e mais bebês. Mais abraços e menos dinheiro guardado. Mais de mim, mais de nós, mais do mundo.
PS2: Toty, uma das melhores emoções de 2009 foi o nosso encontro. Que 2010 traga outros. E que sejam dias cheios de poesia e confusão... rsrsrsrs. Que é disso que vivemos. É disso que vivem e sonham as nossas palavras. Também amo você. E amo mais ainda o privilégio da recíproca. É uma honra tê-la em minha vida. Sempre.
PS3: Lê, meu poeta vivo preferido. Não sei se me lê. Eu teria vergonha até, que minhas palavras são crianças perto das suas. Não sei quem é. Mas sei da sua poesia me comovendo, me inspirando, me fazendo rir. Obrigada por atender à minha súplica. Oconjuntorto é uma pérola. Só mesmo a malandragem de um anjo seria capaz de tanto - e mais.
Eu recomendo. Leiam o Lê (o link está aí ao lado).
Todas as nossas horas de emoções imundas e humanas. É que cansei de endossar o coro dos que vivem lavando a alma (especialmente as mulheres... os homens são mais práticos e mais relaxados até na criticidade emocional). É hora de se sujar! Viva o amor obsceno, vivam as verdades declaradas e todas as suas complicações.
Amor é lama. É a mistura da terra com a água, do bem e do mal, do sim e do não. E que 2010 seja pouco pra limpar. E que as nossas barracas resistam à chuva e aos vendavais. Que o nosso cantil esteja cheio. E o coração... ah, o coração. Desejo saúde às nossas artérias. Que elas possam livremente conduzir o sangue a todas as partes do nosso corpo. E que não falte fôlego às nossas almas nem tinta nos nossos pincéis.
Que brotem no mundo amores como o da Fá Fioretti e do Shira, da Gih e do Dimas, da Vivi e do Marcelinho. Desses amores que não têm hora nem razão.
Esses, que significam as palavras e subestimam todas as previsões.
Aliás, que seja um ano sem previsões. Que horóscopos e oráculos virem piada. E que o mundo inteiro viva uma epidemia de emoções. Dessas que não deixam ninguém de pé.
Ninguém.
E que 2010 seja pouco, pra tanto.
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PS: Inspirem-se no amor da Fá Fioretti: http://devoradoradehistorias.blogspot.com/2009/12/o-homem-que-eu-amo.html
É o meu melhor exemplo de desejo para 2010. Amores reais, pessoas reais, felicidade real.
Mais amor e menos planos. Menos BBBs e mais bebês. Mais abraços e menos dinheiro guardado. Mais de mim, mais de nós, mais do mundo.
PS2: Toty, uma das melhores emoções de 2009 foi o nosso encontro. Que 2010 traga outros. E que sejam dias cheios de poesia e confusão... rsrsrsrs. Que é disso que vivemos. É disso que vivem e sonham as nossas palavras. Também amo você. E amo mais ainda o privilégio da recíproca. É uma honra tê-la em minha vida. Sempre.
PS3: Lê, meu poeta vivo preferido. Não sei se me lê. Eu teria vergonha até, que minhas palavras são crianças perto das suas. Não sei quem é. Mas sei da sua poesia me comovendo, me inspirando, me fazendo rir. Obrigada por atender à minha súplica. Oconjuntorto é uma pérola. Só mesmo a malandragem de um anjo seria capaz de tanto - e mais.
Eu recomendo. Leiam o Lê (o link está aí ao lado).
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