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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Nheengatú

Acordei inteira. Mas, teu nome me achou, enquanto lia uma notícia. Era notícia boa, mas deixou de ser, porque teu nome ali era uma afronta. Ali ou em qualquer lugar, teria sido o mesmo gole seco – como se a boca, cheia de farinha, cansasse de mastigar.

Não consigo mais ser boa. Daquelas que, deseja o bem, o bom, o banquete. Eu desejo é que você desapareça das linhas que leio, das cervejas onde mergulho, das bocas que eu beijo.

Desejo um exorcismo, um julgamento, com decapitação. Nem flores, nem lápide. Que não se tenha onde chorar, nem medida, nem endereço, nem versos.

Desejo o dia em que teu nome seja como todos os outros. Ou pior, o dia em que teu nome, declaradamente, seja uma farsa. Um absurdo qualquer, sem pai, nem mãe. Nem etimologia – nem eco.

E que nesse dia, eu possa, simplesmente, denunciar ao PROCON.
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PS: Essa cafuzice é da madrugada de 11 de dezembro. Ficou esquecida porque não tinha título. Mas, vc acabou de dar. Vc, da Língua Anônima.

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