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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Caríssima

Há tempos não sinto o teu gosto. Tanto tempo, que esqueci de ser tua. Um amargo na língua me lembra você. Amargo cintilante, de quem um dia foi Sol. Tua voz me irrita, que soa permissiva, conformada. Tanta covardia entoa tuas cordas vocais que eu... eu me despeço vingativa. Propósito desumano, o meu. De arrancar-me de dentro do teu peito feito vísceras que se esparramam pelo chão. E, em algum lugar do mundo fazem sentido sendo um resto, um rastro de sangue, uma caixa esquecida onde se guardam cartas, fotos, poemas. Vestígios de um amor que nunca sequer “foi”.

Um tanto mais. Um tanto menos de nós dois que nem dói. Que nem amanhece, enfraquecido de suor e espuma.

Quase nada. Quase nojo. Um cheiro danado de mofo, que incita meus espirros e dois passos pra trás. Três. Dez. Daí, lembro que saí correndo, tão à frente. Aceno pra tua teimosa sombra, lá atrás. Lá.

Ah, chega. Que sou mulher de beijo no claro, no meio do dia. No meio da cara.
E tão cara...
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PS: Beijinho no ombro pra você que não me esquece, e sequer pode estar ao meu lado. Prepare-se que estou em outros braços, baby. E você... Você vai morder os lábios de raiva. Vai escrever crônicas sobre o desamor. E quem sabe, ganhar dinheiro com a minha ausência. Que às vezes, quando se perde, se ganha.

PS2: Sim, meninas. Tem um quê de ironia CÃOporativa no título dessa cafuzice. Caríssimas, amo vocês! E já sinto falta de quando éramos inteiras...

PS3: #partiuvida... :)

Um comentário:

Anônimo disse...

Até acreditaria na morbidez de tuas palavras se elas não fossem lascívias, desejo insano do desejo insano que não te esquece. Sei que não perdoas os covardes, mas também não os desama...
(Boa crônica, como sempre. Dura como a raiva. Pura como teu desespero. Frágil como a poesia da Popozuda)