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sábado, 27 de novembro de 2010

Pó(s)

É que n’algum canto ecoavam emoções de um dia frio. Nos lábios tremiam sílabas impronunciáveis. Eram trinta anos. Eram trinta sonhos. Eram trinta mil pecados gulosos, de um acorde só. Era que não cabiam. Não sofriam e não calavam. Eram rugas que não vinham. Era o vinho que não vinha. Era eu. Um pouco mais, um pouco menos. Era a vida tossindo – um desespero. Um tanto de pulmão gritando. Socorro... Um tanto de mel, que o mel acalma. Um tanto de noite, um tanto de dó. Os dedos que não alcançam o dó... O céu tão perto. O chão tão longe. O dia. Ah, o dia... irritante. Promessas se aninhando em teias. Feitiços guardados. Pó.

Queria um erro novo. De frio na barriga e cegueira. A loucura da fé. Do amor. Da noite que chega só. A luz de uma estrela morta. Só.

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PS: Cada vez mais Cafuza. Mais pontual. E menos. E tanto...

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