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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Moedas, sorrisos e soluços

Eu, que só trabalho com achados e perdidos, de repente me achei. Estranha. Mais alta, talvez. De cima pude ver o que antes não. E disse sim. Não um comum. Um sim sôfrego, de boca cheia. De coração vazio.

Então a vida me levou e dançamos. Dançamos um dentro do outro – até que não havia mais nada. Nem ninguém. E já quando não havia mais ninguém, alguém gritou. Depois, soluços. Dos mais tristes. Daqueles de quem ama e não é amado. Daqueles de quem se arrepende. De quem distribuiu tantos erros e mágoas que se desespera. E acha que o mundo, em resposta, só pode magoá-lo também.

Eu cá, com a vida nos lábios. Sorriso nos pés, girando. Em par... Em paz.

Mas soube que desse meu delírio a dois, fez-se a desculpa para alguém chorar. Tanto. E eu, que não tenho culpa de ser assim: eu mesma – calei. Esperei o tombo no final da ladeira. E o tombo não veio. Veio o Sol e era o mais brilhante. Era um abraço apertado e um colo cheio de privilégios. Meus. E era tão forte que minha pressão baixou. Ah, a vertigem dos amantes que não têm pressa. Do prazer de desfalecer nos braços que escondem sua força. Aquela força, que conhecera antes. Escondida entre olhares. Embaixo da aba do boné, todos os segredos guardados ofereciam-se em deliciosas (e cuidadosas) doses.

Mas é que ainda se ouvia o choro. E aquele desespero tinha o meu nome. Logo eu, que não passo de testemunha apaixonada e oblíqua. E bêbada. De repente, serial-killer dos desamores.

Eu tento. Explico. Olho nos olhos e não peço perdão (que o perdão não existe). Existe a minha verdade, que ofereço em troca de alguns goles de compreensão. E os meus beijos são só beijos. Não maqueiam requintes de crueldade. Não tenho moedas pra trocar – que já não guardo (nem dinheiro nem emoções). Meus afetos, valem mais.

Um sorriso ou um soluço?
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PS: Acredite. Em mim. Nas minhas intenções, nas minhas escolhas. Não chore (vc fica feia quando chora – parece a Heleninha falando, mas sou eu). E é ainda mais triste, quando diz que a culpa é minha. Ou que é dele. Amiga, amiga, amiga... somos todos culpados, principalmente pelos nossos sorrisos. Ainda bem.
Amo você, sua bobona.

Um comentário:

Lelê disse...

Kbecinha...
Chorei, chorei, chorei...
Acredito com certeza...não era culpa sua, muito menos dele...era minha mesmo por ter tido a desconfiança, por pensar que era só vingança, mas,agora eu sei que não era só isso...e o que meus olhos viram me enganaram...e eu sofri por isso...
Obrigada pela cerveja...rsrsrsrs...pela sinceridade...pelo abraço...e por ainda me amar...
Te amo muitoooo

bjo