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terça-feira, 16 de março de 2010

Duotácito

Ele tem cheiro de poesia. Fecha os olhos pra cantar, enquanto os dedos beijam as cordas do violão. Ah, é quase obsceno... Vê-lo assim, ensimesmado, lambuzado de música – sem saber que é ele, a própria composição.

E a sua voz veio buscar a minha. As mãos, cheias de encantamento. Sorriu num convite àquele espetáculo. Ofereceu-me a sua canção mais triste e chorei. Chorei pela disparidade do amor. Pela sublimidade daquele encontro. Pelos segredos que trocamos, como se fossem prendas de uma intimidade ancestral.

Não ouse compreender. Não tente. E eu, que sempre li você... e que um dia, descobri que também era lida. Permita-me reconhecer que há nessa leitura, uma espécie curiosa de amor.
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PS: Meu poeta vivo preferido agora tem voz. Ganhou outros adjetivos, e mais uma fã. Orgulhosa, ansiosa. Comovida.

Lê, obrigada pela inspiração. Obrigada por confiar seu repertório, seus amigos, sua madrugada. Obrigada por entre uma cerveja e outra, recitar comigo Vinicius. E por sugerir (com emoção) que eu leia Guimarães Rosa.

Que loucura. Que loucura! Rsrsrsrs
E essas emoções não tinham nome. Então ficou assim: duotácito.

PS da Toty: É que se não fosse a senhorita, a Dona Cafuza nem teria nascido. E eu não teria essa loucura pra contar. Nem teria o Lê, nem as Gabis, a Fê - nem esse meu espelho. Você foi a parteira de todo esse sonho de poesia. E vou continuar agradecendo em todas as nossas encarnações. Amor e beijo!

4 comentários:

Cåm¡£¡ñhå disse...

É perdi o show!
Mais pelo visto deve ter sido inesquecivel.

Conheci o Lê! Por alguns instantes mais conheci!

Estaremos aguardando o próximo show, a próxima cerveja, e as muitas risadas de uma noite insana!

Beijos Alê!

Ps: O texto debaixo sempre fantástico. Gosto quando você escreve, porém fico triste quando entro e nada de atualizações. As vezes agente quer expor tantas coisas que passam na mente, no coração, e infelizmente NEM tudo podemos demonstrar.
Para os monstros no armario, debaixo da cama, nessa sombra que ainda habita seus dias e noites, deixe a luz acesa, deixe que alguém acenda à todos os dias.

Cuide-se..!

Marília Gabriela disse...

Linda!!!!!

li o texto e soube! Poesia de romance... poesia de encontro... poesia de Dentro!

Ahh ALe... te falei... Vinicius pra mim... tem um quÊ de ALessandra!!! rsrs
Sabe assim???

Samba da benção... meio bossa nova.. meio rock`n roll...rs...

GRande beijo! Minha pérola!

TOTYNIX disse...

Eu nem sei como agradecer! Ler que sou responsável por algo que amo tanto, parece até um sonho! Amo vc Alê! Sua poesia, seu coração grande. Mas, amo principalmente esse seu jeito de fazer a gente se sentir tanto! Beijoooooo linda. Obrigada que não acaba!!!

Alê Ferraz disse...

Sábado o Lê tocou uma música que eu jamais esparava ouvir - e perguntei: quer me fazer chorar? Ele sorriu e disse que sim.

Hoje, a Toty me disse: Lê, eu li, chorei e comentei. Daí, chorei também.

Dez minutos depois, a Faby me ligou perguntando se eu conhecia uma música que ela acabara de ouvir. Era do Gil e ele cantou com a Maria Rita. A Elis Regina também interpretou. Eu não lembrava. Então, ela leu a letra e eu fui procurar. Chorei de novo.

E fiquei pensando que às vezes, chorar é como felicidade derramando...