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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Final feliz

Ela, desconfiada desde o nascimento. Ele, com um medo danado de tropeçar de novo que o último tombo tinha lhe arrebentado os joelhos e a alma. Viviam os dois trocando os curativos, desviando olhares, acelerando o passo. Comemorando os segundos que podiam resistir sem olhar pra trás. Como respirar embaixo d'água. Como morrer de saudade e no dia seguinte acordar. Vivo.

Na primeira vez, tão ensimesmados, nem se viram. Nem sorriram. Foram-se, cada um na direção que lhes cabia no mapa. Aquele caminho de sempre com gosto de nada. As mesmas curvas, barrancos e pontes. A segurança, o mais do mesmo. A boca cheia e as mãos vazias.

De presente das circunstâncias, a segunda vez e nenhuma certeza. Algum ensaio de sorriso, um querer que de tão tímido quase desculpava-se por existir (e insistir). Ali, na frente um do outro, era perto demais. Era um desacato. Desses atrevimentos da vida, quando a gente só precisa destrancar a porta e deixar a luz entrar. No escuro, passaram três dias pensando em qual esquina - em qual cidade - haviam esquecido as chaves.

No quarto dia - predestinado para irem embora, ele vestiu os óculos. E foi ela quem enxergou melhor. Pegou a estrada julgando que os quilômetros a salvariam. Mas eles se confundiam com as horas, com as palavras, com a pele imaginando o gosto dos quase duzentos centímetros daquele homem. Era muito. Alto, perigoso. E longe.

Ele, inconformado. Já não podia voltar pra casa sem ela. Soprou o medo e levou com ele todas as pequenas lembranças. Revivia as cenas do final de semana tentando encaixar os sinais, as possibilidades. Que fosse, precisava achar um único "porém". Suficiente pra sustentar a loucura que estava prestes a experimentar.

O dia seguinte veio cheio de uma distância física que foi comedidamente substituída por aquele estranho "estar" um no outro, necessariamente. Surpresas sutis, segredos, confissões. Foram se entregando, se contando, se encantando. Duvidando também, que não eram loucos.

Agora são. Loucos, apaixonados, consumados e consumidos.

Quarenta e seis dias depois, ela cabe nos braços dele como ninguém. Ele - com ela, já nem cabe em si.
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PS: Casal necessarie... Dá gosto de ver. Como diria meu Muso, "estamos espalhando amor entre os povos"... hahahaha

A música é o meu presente. Coisa de público que assiste e aplaude:


O Amor É Filme

Cordel Do Fogo Encantado

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

Um belo dia a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus espectador!

"- A gente devia ser como o pessoal do filme, poder cortar as partes chatas da vida, poder evitar os acontecimentos!
Num é?!?!"

PS da série "desnecessários": 99,9% não vai entender, mas o objetivo é acertar no peito desse 1%. Divagações reveladoras sobre a etimologia da palavra "estrangeiro":
http://revistalingua.uol.com.br/textos/67/artigo249108-1.asp