Perdoem-me a indiferença. É que ser feliz tem tomado todo o meu fôlego e já não tenho tempo de preparar a lavagem. Sei que não imaginam, mas fazer bem o bem dá mais trabalho que fazer o mal... esse, que vocês ensaiam e repetem tão mal.
Mas que se há de esperar, se tudo o que fazem é assim típico? Se porcamente vivem, caminham, decidem. Sem sequer lamentar a condição. A ignorância é a benção que sustenta a pseudo-existência do grupo.
Daqui do alto não os ouço, não os vejo. Mas sei exatamente onde estão. É que o cheiro - o que possuem de mais forte - vai sinalizando a direção. Por vezes, distraída, cheguei perto. Perigosamente perto. Capaz de sofrer um respingo de lama sujando as flores do meu vestido e da minha alma. Mas ainda sou mais rápida que vocês. Além das patas, tenho os braços, o cérebro e o coração.
Meu sistema nervoso é calmo. Não choro jurando mentiras, não confio desconfiando, não coleciono ex-futuros-amigos, não desperdiço nem sorrisos nem lágrimas.
Minhas santas têm piedade de todos. Até aos porcos derramam sua infinita piedade. Eu, nem santa nem puta, tenho dó não. Tenho é mais o que fazer.
Muito mais.
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PS1: Ocupadíssima com a vida boa, a brisa soprando felicidade... Mas, quanto mais longe dos porcos, mais barulho eles fazem. Mas longe tentam lançar a lama. Se não fedessem tanto, viveríamos bem.
De longe... e bem.
PS2: Pra quem se pergunta onde é que estão as cafuzices do Preto, explico: tenho pouco pra contar e muito pra sentir. Tô reorganizando meus sentidos, quase avessa à grafia, que com ele experimento o gosto... o gosto das palavras.
PS3: Saudade danada daquele povo especial: Leandro Henrique, Fábio Roberto, Marilinda e famílinda, Jairo, Rosana, Márcia, enfim... todos, todos.